Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade. João 1:14

No mundo dos negócios, um logotipo ou logomarca tem um grande valor. Por exemplo, se alguém mostrar a você uma fotografia com os símbolos das prin­cipais redes de TV ou companhias de automóveis do mundo, é provável que você reconheça a maioria. O logo é a expressão da filosofia da empresa e da qualidade do produto. O que nem todos sabem é que o termo “logo” vem de uma palavra que tem uma história filosófica e teológica muito importante.

Os gregos tinham grande respeito pela palavra logos, que quer dizer exatamente “palavra”, “verbo”, “razão”. Heráclito, que viveu no 6° século a.C., ensinava que tudo muda, mas o logos é o eterno princípio da ordem no universo. Mais tarde, ao enfo­car a arte da retórica, Aristóteles fez uma distinção entre ethos (a credibilidade ou caráter pessoal do orador, o apelo ético), pathos (a persuasão de dentro, o apelo emocional) e logos (a prova racional, o apelo lógico). Para a mentalidade grega, o logos era a prova ou palavra final. Na filosofia estoica, o logos era a base racional para a vida moral. Para o filósofo judeu Filo, o logos era o mediador entre o Deus transcendente e o mundo. Precedendo todos eles, vemos em Gênesis l a palavra de Deus (dabar Yahweh) criando todas as coisas.

No início de seu evangelho, João usa a palavra Logos para identificar Jesus com Deus e o ser humano. O Logos era divino, mas tornou-se carne e sangue, vindo viver entre nós. No original, o verbo “viveu” ou “habitou” (skenoo) significa, literal­mente, “tabernacular”. Um tabernáculo, tenda ou barraca é uma habitação acessí­vel, mas não necessariamente temporária. Jesus tornou-se humano para sempre.

Para o apóstolo, o Logos ou Verbo era real, não mitológico, pois o próprio pró­logo de seu livro diz que “a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós” (1:14), o que pressupõe uma pessoa real na história real. O problema é que muitos não perce­beram que o Logos era Deus entre nós. “Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu”, comenta João (1:10). Às vezes, somos capazes de reconhecer o logo de uma empresa, ou o escudo de um time de futebol, mas não conseguimos reconhecer o Logos divino.

No nascimento de Jesus, vemos um estranhamento incompreensível, uma cegueira embaraçosa, uma ignorância imperdoável. O Criador do mundo chega ao mundo e não é reconhecido, a Luz brilha e não é vista, o Verbo fala e não é enten­dido. Não deixe a aparência enganar você. O Verbo fala com sotaque humano, mas é autenticamente divino. Ao olhar para o Logos de Deus, você consegue reconhecê-lo? o-verbo-se-fez-carne

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