Após a separação de Abraão e Ló, devido a problemas que surgiram entre seus pastores, houve uma guerra de 5 reis de Canaã contra outros 4 reis inimigos. Quedorlaomer, rei de Elão, tinha invadido Canaã alguns anos antes, tornando os cananeus sujeitos a ele. Vários de seus príncipes se revoltaram, e o rei elamita marchou novamente contra o país para conquistá-lo. Cinco reis de Canaã lutaram conra os invasores, e foram derrotados. Os vitoriosos saquearam as cidades da planície e partiram com um rico despojo, além de muitos cativos, entre os quais estavam Ló e sua família.

Um dos cativos conseguiu escapar e, por meio dele, Abraão soube do que tinha acontecido com seu sobrinho. Toda a sua afeição por ele foi despertada, e Abraão decidiu resgatar Ló. Antes, porém, ele buscou o conselho divino e só depois Abraão se preparou para a guerra. Convocou 318 servos do seu acampamento, homens ensinados no temor de Deus, a serviço de seu senhor, e que sabiam usar as armas. Seus aliados, Manre, Escol e Aner, uniram-se a ele e juntos partiram em perseguição aos invasores. Os elamitas estavam acampados em Dã, na fronteira ao norte de Canaã. Orgulhosos e entusiasmados com a vitória, entregaram-se as orgias. Abraão se aproximou do acampamento à noite. Seu ataque, extremamente forte e inesperado, concedeu a ele uma rápida vitória. O rei de Elão foi morto; e seu exército, tomado de pânico, fugiu derrotado. Ló e sua famíia, com todos os prisioneiros e seus bens, foram recuperados, e os ricos despojos dos inimigos passaram para as mãos dos vitoriosos.

Abraão não somente prestou um grande serviço ao país, mas mostrou ser um homem de valor. Todos viram que a religião de Abraão lhe deu coragem não apenas para ficar do lado do que era direito, mas para defender os oprimidos. Quando voltou, o rei de Sodoma saiu ao seu encontro para honrar o vencedor, pedindo que lhe devolvesse apenas os prisioneiros. Os despojos pertenciam aos vencedores; mas Abraão se recusou a tirar vantagem dos desafortunados e solicitou que os aliados recebessem a parte a que tinha direito.

Poucos teriam resistido à tentação de ficar com um despojo tão rico ao serem submetidos a uma prova como essa. O exemplo de Abraão é uma reprovação aos ambiciosos e egoístas. “De mãos levantadas”, disse ele, “ao Senhor, o Deus Altíssimo, Criador dos céus e da Terra, juro que não aceitarei nada do que lhe pertence, nem mesmo um cordão ou uma correia de sandália, para que você jamais venha a dizer: “Eu enriqueci Abraão” (Gn 14:22-23). Deus prometeu abençoar Abraão e toda a glória seria devida a Ele.

Outro que veio para dar as boas-vindas ao vitorioso Abraão foi Melquisedeque, rei de Salém. Como “sacerdote do Deus Altíssimo”, ele pronunciou uma bênção sobre Abraão e deu graças ao Senhor que trouxe tão grande livramento por meio de Seu servo. “E Abraão lhe deu o dízimo de tudo” (Gn 14:20). EGWhite, Os Escolhidos, p.73-74

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