Felizes são aqueles que de Ti recebem forças e que desejam andar pelas estradas que levam ao monte Sião! Salmo 84:5, NTLH

De modo geral, as inconveniências de uma longa viagem são amenizadas pela lembrança do que e, especialmente, de quem vamos encontrar quando ela terminar. A expectativa de ver coisas ou encontrar pessoas especiais faz com que todo desconforto do trajeto seja esquecido. Então, prosseguimos animados pelo colorido das imagens mentais e dos sonhos nutridos a respeito das novas experiências que serão vividas. Sim, é possível sublimar o tédio de uma peregrinação.

No Salmo 84, Davi nos lembra muito dessa experiência. Nele, o poeta de Israel ressalta a felicidade dos sacerdotes e levitas que residiam no templo, dos peregrinos que a ele se dirigiam, bem como daqueles que, sem o poderem fazer, conservavam a confiança em Deus.

Para os que peregrinavam à casa do Senhor, a jornada era percorrida com alegria, esperança e ansiedade pelo retorno ao lugar que fazia palpitar mais forte o coração do próprio salmista (v. 2). No trajeto para Sião, os peregrinos deviam atravessar o Vale de Baca, nome de uma árvore cuja resina formava cristalizações iguais a lágrimas. Por isso, foi identificado como Vale de Lágrimas ou Vale Árido. A região tinha solo pedregoso, e os peregrinos precisavam cavar poços a fim de obter água. Havia razões para que o povo chegasse ali sob o peso do pessimismo, entregando-se então a murmurações. Contudo, apesar das dificuldades, os peregrinos transformavam o vale em manancial que o Senhor Se encarregava de encher com abundante chuva. Então a caminhada se tornava oportunidade para louvor e adoração. A razão da felicidade deles era clara: “Em Ti encontram sua força” (v. 5, NVI).

Era preciso se lembrar sempre do destino da peregrinação: o templo, a casa de Deus, lugar de Sua habitação. E o que de mais sublime havia nesse encontro: a consciência da presença Dele. Não havia barreiras suficientes para impedir que os peregrinos desfrutassem a alegria de se sentir junto à Fonte de sua força. Ter e sentir a presença de Deus, pela fé, significa vida, força e paz. Corações necessitados, tristes, solitários e feridos serão curados por Ele. Lágrimas secarão. A Seu toque, vidas áridas e ressequidas se transformam em mananciais inesgotáveis.

Estamos a caminho da Sião celestial, peregrinamos em direção à presença do Deus vivo! Mesmo passando pelo “vale de lágrimas” que nos separa daquele momento, podemos desfrutar bênçãos inesperadas. Alegremo-nos na força que emana da Fonte!

Zinaldo A. Santos, MM 2020, CPB

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