Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida. 2 Coríntios 2:15, 16

Tendo origem com os egípcios, o perfume que, na Idade Média, chegou a ser produto inacessível ao povo comum, aparece nos escritos bíblicos como artigo de uso pessoal, litúrgico e até como expressão de romantismo. Rute se perfumou para o encontro com Boaz (Rt 3:3). O “óleo sagrado para a unção” sacerdotal era finamente perfumado (Êx 30:22-28). No livro de Cântico dos Cânticos, a esposa usa perfume para conquistar seu amado (Ct 5:5) e o chama de “mirra preciosa” (1:13). Jesus foi ungido com perfume (Mc 14:3-9).

No texto de hoje, o apóstolo tem em mente a imagem da marcha triunfal dos exércitos romanos após uma guerra. Ao voltar da batalha, o general vencedor recebia as boas-vindas de autoridades governamentais à entrada da cidade. Então, acontecia o pomposo desfile com os despojos da guerra, incluindo alguns capturados que eram executados na colina do Capitólio. Durante o trajeto, incenso era queimado nas casas e pelas ruas de Roma, inebriando o ambiente.

Há dois aspectos nesse texto dos quais podemos tirar lições preciosas para nossa vida espiritual. Primeiramente, Paulo se descreve como prisioneiro conquistado por Cristo. E não se lamenta. Ser conduzido “em triunfo” como troféu da graça divina é motivo de alegria. De fato, todos nós fomos conquistados por Jesus e Dele somos cativos. O perfume representa o conhecimento de Cristo, difundido por nosso testemunho. Em segundo lugar, Paulo se referiu à prática de queimar incenso para descrever como o Senhor propaga o evangelho por nosso intermédio.

Nesse sentido, somos “o bom perfume de Cristo”, cuja fragrância deve ser notada em todo lugar, por meio de nosso estilo de vida. Ninguém precisa dizer que está usando esse ou aquele perfume. O aroma é sentido, e, quanto mais natural e suave, mais atraente será. Desse modo, o perfume do conhecimento de Cristo tanto pode ser espalhado por nossas palavras, como também de maneira silenciosa.

Assim como o incenso usado na parada militar romana, o evangelho também provoca reações opostas. Para o exército vencedor e para a multidão que lhe dava as boas-vindas era o perfume da vitória. Para os prisioneiros, porém, era o odor da escravidão e morte. De igual modo, o evangelho suscita vida para os que o aceitam e morte para quem o rejeita.

Que possamos, hoje, inebriar lugares e pessoas com o bom perfume de Cristo!

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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