Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte. 2 Coríntios 12:10
Momentos de crise costumam despertar muitas perguntas e oferecer poucas respostas, pois a realidade do sofrimento está muito acima de nossa compreensão. Mas Deus oferece a certeza de que estamos em Suas mãos, por mais que seja difícil entender ou aceitar.
Podemos descansar na promessa de que “Deus não conduz jamais Seus filhos de maneira diferente da que eles escolheriam se pudessem ver o fim desde o princípio e discernir a glória do propósito que estão realizando como Seus colaboradores” (A Ciência do Bom Viver, p. 479).
A visão do apóstolo Paulo era ainda mais ampla. Falando do espinho na carne, que tanto o incomodava, ele concluiu: “Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2Co 12:10). Sim, fraquezas renovam as forças. Elas nos tornam mais abertos, acessíveis e dependentes. E há pelo menos três razões para isso:
1. Promovem reavaliação da vida pessoal. Em função da vida apressada, muitas vezes deixamos o principal se tornar secundário, e o secundário ocupar o lugar principal. Isso acontece até surgir uma doença grave, a perda de um emprego ou uma crise familiar. Nesses momentos, os verdadeiros valores pessoais tendem a ressurgir.
2. Fortalecem os relacionamentos. O sofrimento une as pessoas e faz as dificuldades de relacionamento se tornarem pequenas. Vi isso bem de perto ao visitar uma pessoa gravemente doente. Por estar internada em uma área de cuidados intensivos, precisei esperar suas duas filhas adultas saírem para que eu pudesse entrar. Acabei descobrindo que elas eram inimigas, mas o amor em comum pela mãe diminuiu as diferenças.
3. Estimulam o encontro com Deus. A dor e o sofrimento podem restaurar o caminho de volta a Deus. Quando os desafios são maiores que sua capacidade de enfrentá-los, a única alternativa é pedir socorro ao Céu. Quantas pessoas tiveram seu verdadeiro encontro com Deus em um momento de dor?
Não desanime na crise. Lembre-se de que “tempos ruins para se viver são bons para se aprender”, porque nossos grandes desafios precedem nossos maiores milagres.
Erton Köhler, Nossa Esperança, MM 2019, CPB