O Deus eterno é o seu refúgio, e para segurá-lo estão os braços eternos. Deuteronômio 33:27, NVI

Houve um tempo em que as crianças eram instruídas a pedir a bênção aos pais, avós, tios e mesmo a pessoas idosas fora do círculo familiar. Então recebiam como resposta as palavras: “Deus te abençoe”; “Deus te faça feliz”, entre outras expressões. Embora ainda possa haver famílias que conservem a tradição, a maioria já não se preocupa com esse costume herdado da cultura judaica. Quando era oferecida pelo patriarca às vésperas de sua morte, a bênção tinha um valor ainda mais especial. Foi assim que Jacó reuniu os filhos e os abençoou (Gn 49).

Embora não fosse pai dos israelitas, Moisés também o fez, estando perto de morrer. Sua morte lhe havia sido anunciada pelo próprio Deus, que lhe deu orientações para serem transmitidas ao povo. O notável líder seguiu tudo à risca: reuniu as tribos e abençoou cada uma num tom diferente do de Jacó. O patriarca abençoou os filhos, ao mesmo tempo em que não omitiu suas fragilidades nem os maus atos praticados por eles. Moisés falou sob a perspectiva da graça divina. Assim, “Jacó nos apresenta o fracasso humano, fraquezas e pecado; Moisés nos mostra a fidelidade divina, a bondade e a benignidade. Jacó nos conta das ações humanas e o julgamento delas; Moisés nos revela os desígnios divinos e as puras bênçãos que deles emanam” (C. H. Mackintosh, Estudos Sobre o Livro de Deuteronômio, p. 358). É imensa a disposição que Deus tem para nos abençoar. Faz isso unicamente por graça, apesar de nós mesmos. Todas as bênçãos com que somos contemplados têm Nele sua fonte exclusiva.

Seguindo a ordem divina, Moisés se despediu abençoando as tribos. Orou mencionando cada uma, pedindo em favor de preservação da vida, concessão de vitória e prosperidade, capacidade espiritual, estabilidade, superioridade e poder, habilidades para guerrear e vencer inimigos, proteção e cuidado. Finalmente, disse: “Não há ninguém como o Deus de Jesurum, que cavalga os céus para ajudá-lo, e cavalga as nuvens em Sua majestade! O Deus eterno é o seu refúgio, e para segurá-lo estão os braços eternos” (Dt 33:26, 27, NVI).

Jesurum significa “amado”, uma referência a Israel como povo de Deus. A palavra traduzida como refúgio significa “morada”, “habitação”, lugar em que nos sentimos livres, descansados, confortáveis, seguros e protegidos. O Senhor não apenas nos abençoa providenciando um ambiente assim. Ele mesmo é tudo isso e muito mais para nós, Seus filhos amados.

Zinaldo A. Santos, MM 2020, CPB

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