Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar. Êxodo 33:15 (ARA)

O conceito de “presença” ganhou relevância no mundo digital nos últimos anos. A tecnologia atual, cada vez mais sofisticada, busca criar no espectador ou interlocutor a sensação de uma realidade natural, imediata e direta. Se os meios de comunicação tradicionais, como o telefone, o rádio e a TV, têm uma presença fraca, os meios de vanguarda, como os filmes em 3D, a videoconferência e a TV de alta definição, têm uma presença forte. Essas tecnologias conseguem criar a ilusão de que pessoas separadas por 10 mil quilômetros estão no mesmo ambiente.

No mundo antigo, a ideia de presença também era muito valorizada. Para usar um jogo de palavras intencional, a presença está presente em toda a Bíblia, aparecendo mais de 260 vezes. Na verdade, a palavra em hebraico (panim) aparece milhares de vezes, mas tem outros significados, como “face” e “pessoa”. Dezenas dessas ocorrências (cerca de 50) se referem à presença Deus. A face e a presença de Deus significam a mesma coisa. A primeira vez que o termo aparece é em Gênesis 3:8, quando Adão e Eva se escondem da presença de Deus entre as árvores do jardim. E, curiosamente, a última vez que ele ocorre é em Apocalipse 20:11, quando “a terra e o céu” fogem da presença de Deus.

Estar na presença de Deus é algo tremendo. Se a presença de uma pessoa radiante ilumina o ambiente, a presença do Criador transforma tudo. Na Bíblia, o que conta e faz diferença não é o talento, a habilidade, o recurso, o poder ou a aparência, mas é a presença de Deus. Por isso, Moisés protestou diante da possibilidade de seguir sem Deus, embora com um anjo (Êx 33:2, 14-16). Contar com a companhia de um anjo é algo maravilhoso. Quem não gostaria de ter um anjo ao lado? Porém, por mais sensacional que seja, isso não pode ser comparado à presença de Deus. Não se contente com um anjo se você pode ter a presença de Deus.

Moisés sabia que o grande diferencial de Israel era a presença divina. Deus era a certeza da escolha, a legitimação da liderança, a garantia de proteção, a promessa de segurança, o segredo do sucesso, a vitória na crise. E, segundo alguns comentaristas, o alvo do êxodo era a habitação de Deus com o povo. Para Edmond Jacob, “quando os israelitas pronunciam o nome Yahweh, a ideia primária não é a de eternidade, mas a de presença”. A promessa central de Deus é: “Eu estarei com vocês.”

Hoje, de igual modo, precisamos da presença divina. Não perca o senso da presença de Deus devido às suas atitudes negativas, pois isso o fará perder seu diferencial. Sem a presença de Deus, nada faz sentido; com ela, até as coisas sem sentido ganham propósito. Marcos De Benedicto, MM 2016, CPB, p.20

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