Porque eu sei que meu Redentor vive, e por f im Se levantará sobre a Terra. Jó 19:25

Quando nos encontramos no auge do sofrimento, nem sempre parecemos dispostos a ouvir argumentações de aconselhamento bem elaboradas. Na maioria das vezes, tudo o que precisamos é de um abraço ou de alguém em silêncio a nosso lado. Um sorriso acolhedor tem força para erguer do pó o coração abatido. Tivessem isso em mente, Elifaz, Bildade e Zofar poderiam ter feito melhor na tentativa de ajudar o amigo Jó durante o tempo em que ele estava esmagado por inigualável provação.

Cansado de ouvir os conselhos dos amigos, o angustiado patriarca resolveu responder: “Vocês já me repreenderam dez vezes, não se envergonham de agredir-me!” (Jó 19:3, NVI). Depois disso, desabafou: “O meu caminho Ele fechou, e não posso passar; e nas minhas veredas pôs trevas. […] Arruinou-me de todos os lados” (v. 8, 10). Ali estava um filho de Deus, solitário, ignorado e humilhado em sua dor (v. 13-20). Em meio a esse turbilhão de sentimentos, desejou que fosse gravado para a posteridade seu clamor por misericórdia: “Compadecei-vos de mim, meus amigos […]. Por que me perseguis […]? Quem me dera fossem agora escritas as minhas palavras! Quem me dera fossem gravadas em livro!” (v. 21-24).

Havia muitas coisas das quais Jó nada sabia nem podia captar nem mesmo um vislumbre de entendimento. Não tinha expectativa de restaurar o que havia sido e tido na vida. Tinha, porém, certeza de algo muito mais digno de consideração, porque lhe produzia conforto e alegria em sua desesperadora condição: “Meu Redentor vive!” Jó não alimentava apenas uma esperança superficial. Tinha absoluta certeza de que pertencia a Ele! Era seu Redentor! Nele, fazia repousar sua esperança, seguro de que jamais seria abandonado. Era o Redentor poderoso para reivindicar sua causa e sua pessoa, diante de todas as censuras e, finalmente, abençoá-lo com o veredito da restauração. É como se tivesse dito: “Sei que meu Redentor está vivo! Eu O conheço! Ele me redime! Sei que não falhará, afinal!”

Então, “depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus. Eu O verei com meus próprios olhos; eu mesmo, não outro!” (v. 26, 27, NVI). Por que deveria se render totalmente ao desespero? Um Redentor vivo, a quem contemplaremos face a face, tem que ser a razão de nossa esperança e nossa paz. Ele é nossa maior alegria.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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