Pois o zelo pela Tua casa me consome, e os insultos daqueles que Te insultam caem sobre mim. Salmo 69:9, NVI

Aldus Manutius (1449-1515) disse sabiamente: “Não é o trabalho que mata, mas seu excesso.” Entre os pioneiros adventistas, Tiago White (1821-1881) cairia na segunda categoria. Seu lema era “melhor desgastar do que enferrujar”. Ele acabou se forçando, ao longo dos anos, a fazer mais do que seu forte corpo seria capaz de tolerar. Aos 44 anos, foi vítima de um forte derrame paralisante. Após se recuperar, continuou a trabalhar tão intensamente quanto sempre.

Em 1881, sua esposa, Ellen, tentou convencê-lo de que eles deviam se afastar dos fardos de Battle Creek. No entanto, Tiago respondeu: “Onde estão os homens para realizar esta obra? Onde estão aqueles com interesse altruísta em nossas instituições, que defenderão aquilo que é correto, sem se deixar afetar por qualquer influência com a qual entrarem em contato?” Com lágrimas nos olhos, acrescentou: “Minha vida foi dedicada ao estabelecimento dessas instituições. Parece-me a morte ter de deixá-las. São como filhos e não posso me separar delas. Essas instituições são instrumentos do Senhor para a realização de uma obra específica.”

Tiago ficara doente, mas já havia se recuperado. Em certa manhã de sábado, o casal White foi visto no púlpito do tabernáculo de Battle Creek. Dois dias depois, em 1o de agosto de 1881, Tiago ficou enfermo repentinamente e, no sábado seguinte, faleceu no Sanatório de Battle Creek. Embora a causa da morte tenha sido malária, por trás de tudo estavam os anos de excesso de trabalho, carregando nas costas a igreja em desenvolvimento. Como ele tinha apenas 60 anos na época e morreu sem completar seu ministério, algumas pessoas propuseram colocar uma coluna partida em seu túmulo. Entretanto, Ellen respondeu: “Nunca! […] nunca! Ele fez, sozinho, o trabalho de três homens. Nunca será colocado sobre seu túmulo um monumento partido” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 105).

Com tristeza, ela ainda declarou: “Lado a lado trabalhamos na causa de Cristo por trinta e seis anos, e esperávamos permanecer juntos para testemunhar o glorioso final. Mas tal não era a vontade de Deus. O protetor eleito em minha juventude, o companheiro de minha vida, aquele que partilhara de meus trabalhos e aflições foi-me arrebatado, e fiquei sozinha para concluir minha obra e travar a batalha” (Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 105, 106). Às vezes, precisamos reduzir o ritmo para conseguir chegar mais longe!                  Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB

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