Ouve, nosso Deus, as orações e as súplicas do teu servo. Por amor de ti, Senhor, olha com bondade para o teu santuário abando­nado. Daniel 9:17

Em Daniel 9, o profeta considera o tempo do cativeiro mencionados no livro de Jeremias (70 anos), faz confissão de pecados e ora pela restauração de Jerusalém. O anjo Gabriel lhe informa sobre as setenta semanas.

A oração de Daniel pelo povo (v.1-19):
Era o 1o ano de Dario, filho de Assuero (Xerxes), da linhagem dos medos, foi constituído governante do reino babilônio. Eu, Daniel, com­preendi pelas Escrituras, conforme a palavra do Senhor dada ao profeta Jeremias (29:10), que a desola­ção de Jerusalém iria durar 70 anos. Por isso me voltei para o Senhor Deus com orações e súplicas, em jejum, em pano de saco e coberto de cinza.
Orei ao Senhor, o meu Deus, e confes­sei: Ó Senhor, Deus grande e temível, que manténs a tua aliança de amor com todos aque­les que te amam e obedecem aos teus mandamentos,  nós temos cometido pecado e somos culpados. Temos sido ímpios e rebeldes, e nos afastamos dos teus mandamentos e das tuas leis. Não demos ouvido aos teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos líderes e aos nossos antepassados, e a todo o teu povo.
Senhor, tu és justo, e estamos enver­gonhados, o povo de Judá e de todo o Israel, tanto os que estão perto como os que estão distantes, em todas as terras pelas quais nos espalhaste por causa de nossa infidelidade para contigo. Ó Senhor, nós e nossos reis, líderes e antepassa­dos estamos envergonhados por termos pecado contra ti. Tu és misericordio­so e perdoador, apesar de termos sido rebeldes; não te demos ouvidos, nem obedecemos às leis que nos deste por meio dos teus servos, os profetas.
Todo o Israel transgrediu a tua lei e se desviou, recusando-se a te ouvir. Por isso as maldições e as pragas escritas na Lei de teu servo Moisés, têm sido derramadas sobre nós, porque pecamos contra ti.  Cumpriste a palavra proferida contra nós e contra os nossos governantes, trazendo-nos grande desgraça. Debaixo de todo o céu jamais se fez algo como o que foi feito a Jerusalém. Conforme está escrito na Lei de Moisés, toda essa desgraça nos atingiu, e ainda assim não temos buscado o favor do Senhor nosso Deus, afastando-nos de nossas maldades e obedecendo à tua verdade. O Senhor não hesitou em trazer desgraça sobre nós, pois o Senhor é justo em tudo o que faz; ainda assim nós não lhe temos dado atenção.
Ó Senhor nosso Deus, que tiraste o teu povo do Egito com mão poderosa e que fizeste para ti um nome que permanece até hoje, nós temos cometido pecado e somos culpados. Agora Se­nhor, conforme todos os teus feitos justos, afasta de Jerusalém, da tua cidade, do teu santo monte, a tua ira e a tua indignação. Os nossos pecados e as iniquidades de nossos antepassados fizeram de Jerusalém e do teu povo objeto de zombaria para todos os que nos rodeiam.
Ouve, nosso Deus, as orações e as súplicas do teu servo. Por amor de ti, Senhor, olha com bondade para o teu santuário abando­nado. Inclina os teus ouvidos, ó Deus, e ouve; abre os teus olhos e vê a desolação da cidade que leva o teu nome. Não te fazemos pedidos por sermos justos, mas por causa da tua grande misericórdia. Senhor, ouve! Senhor, perdoa! Senhor, vê e age! Por amor de ti, meu Deus, não te demores, pois a tua cidade e o teu povo levam o teu nome.
A profecia das setenta semanas (v.20-27):
Enquanto eu falava e orava, confessando o meu pecado e o de Israel, meu povo, e trazendo o meu pedido ao Senhor, o meu Deus, em favor do seu santo monte, Gabriel, o homem que eu tinha visto na visão anterior (capítulo 8), veio voando rapidamente para onde eu estava, à hora do sacrifício da tarde. Ele me instruiu e me disse: “Daniel, agora vim para dar-lhe percepção e entendimento. Assim que você começou a orar, houve uma resposta, que eu lhe trouxe porque você é muito amado. Por isso, preste atenção à mensagem para entender a visão”.
“70 semanas  (70 x 7 dias = 490 anos) estão decretadas para o seu povo e sua santa cidade a fim de acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar as culpas, trazer justiça eterna, cumprir a visão e a profecia, e ungir o santíssimo. Saiba e entenda que, a partir da promul­gação do decreto que manda restaurar e recons­truir Jerusalém (457 a.C.) até que o Ungido (Cristo), o príncipe, venha, haverá 7 semanas, e 62 semanas (69 x 7 = 483 anos -> 27.d.C.). Ela será reconstruída com ruas e muros, mas em tempos difíceis.
Depois das 62 semanas (após este período 7 + 62), o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele. A cidade e o Lugar Santo serão destruídos pelo povo do governante que virá. O fim virá como uma inundação: guerras continu­arão até o fim, e desolações foram decretadas. Com muitos ele fará uma aliança que durará 1 semana (27 d.C. + 7 anos). No meio da semana  (30 + 0,5 = 31 d.C ) ele dará fim ao sacrifício e à oferta (com a morte de Cristo cessariam os sacrifícios). E numa ala do templo será colocado o sacrilégio terrível, até que chegue sobre ele o fim que lhe está decretado.

A oração de Daniel (v.4-19), é uma das mais notáveis do Antigo Testamento. É uma oração em favor do povo de Deus, feita por um coração sincero. Daniel reconhece a fidelidade de Deus e se identifica com seu povo. Não há justiça própria em sua oração. Moisés tinha predito que uma maldição cairia sobre todos que voluntariamente fossem desobedientes à Lei de Deus (Leviticos 26:14-41). Daniel intercede pelo povo, mas Deus lhe mostra o período em que o Messias viria, viveria e morreria, acabando com o sistema de sacrifício de animais. Deus tem o tempo certo para cada coisa. Aguardamos agora o regresso de Cristo para buscar os Seus. Prepara-te!

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