Então, Jefté foi com os anciãos de Gileade, e o povo o pôs por cabeça e chefe sobre si; e Jefté proferiu todas as suas palavras perante o Senhor em Mispa. Juízes 11:11

Tristes relatos de pessoas que sofrem discriminação são frequentes em nosso cotidiano. As queixas se repetem, de crianças e adolescentes sofrendo bullying a adultos vítimas de alguma humilhação. Etnia, posição econômica e social, aparência física, confissão religiosa; bem, a lista de causas é longa. Nos últimos anos, dispositivos judiciais foram elaborados para impor limites a muitas atitudes que, antigamente, eram consideradas apenas “brincadeiras inofensivas”.

Atualmente, existe forte cobrança da sociedade para que haja tolerância em relação a estilos de vida que contrariam os princípios bíblicos. Como cristãos, precisamos atentar para o fato de que a discordância em relação a esses comportamentos não nos isenta de cumprir o mandamento de amar todas as pessoas com o amor de Jesus (Jo 13:34). Devemos ser vigilantes sobre nós mesmos e depender da graça divina, a fim de que não sejamos traídos por nossa natureza pecaminosa sem amor.

A rejeição causa feridas emocionais profundas em suas vítimas, algumas das quais chegam ao extremo de tirar a própria vida. Jefté não chegou a esse ponto, embora inicialmente tivesse reagido muito negativamente à situação. Identificado como “valente”, valoroso, ele era filho de Gileade, homem rico e de nível social expressivo; porém, sua mãe era prostituta (Jz 11:1). Estigmatizado por isso, uma das consequências foi sua exclusão da herança da família paterna. Essa decisão o empurrou na direção de Tobe, para onde fugiu e se juntou a “um bando de vadios” (v. 3, NVI).

Deus tinha planos para Jefté. Em uma demonstração de que não existe situação desfavorável que não possa ser revertida pelo Senhor, Deus fez de Jefté um líder bem-sucedido. Levou-o de volta a Gileade, a convite dos líderes locais, como líder do povo israelita no confronto contra os amonitas. Vencida a batalha, Jefté foi empossado como comandante em Israel (v. 4-11).

Acaso, hoje estarei escrevendo a alguém que se sente vítima de alguma forma de preconceito? Lembre-se desta frase atribuída a Jean Paul Sartre: “Não importa o que os outros fizeram com você, importa o que você fez com o que os outros fizeram de você.” Sugiro que leve isso a Deus e não minimize Seu poder transformador. Se esse não for o seu caso, mas conhece alguém afetado por essa situação, reacenda no coração dessa pessoa a chama da graça. Ame-a.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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