Rogo-Te que me mostres a Tua glória. Êxodo 33:18

Ao pé do monte Horebe, os israelitas esperavam pela volta de Moisés, que havia subido ao monte para conversar com Deus. Em um ímpeto de impaciên-cia, esqueceram-se das maravilhas realizadas pelo Senhor em favor deles. Em um gesto extremamente ofensivo Àquele que os libertara do Egito, fizeram, com a inaceitável aprovação de Arão, um bezerro de ouro para adoração. Com um misto de indignação e misericórdia, Deus informou a Moisés que não mais acompanharia o povo. A decisão era a expressão de Sua indignação pelo pecado cometido e também a manifestação de Sua misericórdia, uma vez que o povo seria poupado da destruição, caso voltasse a violar a aliança.

Como resultado, Moisés colocou a tenda da congregação fora do acampamento, indicando que a presença de Deus havia se afastado de Israel. Sem Ele, não teria o menor sentido prosseguir. A presença divina era mais preciosa do que tudo o que pudessem desfrutar em Canaã; melhor seria que morressem todos no deserto do que tentar avançar sem ela. Na vida, não chegaremos a lugar algum sem a direção de Deus!

Consciente dessa realidade, Moisés buscou o Senhor e foi contemplado pela graça infinita. A graça jamais falha. Sempre a encontraremos, se Dele nos aproximarmos em humildade e disposição para fazer Sua vontade. Em resposta, o líder de Israel obteve a confirmação da bendita companhia do Altíssimo. Poderia ter se dado como satisfeito, mas ele quis mais. Aproveitando aquele favor de Deus, Moisés não economizou em seu pedido e rogou por uma revelação completa: “Rogo-Te que me mostres a Tua glória.” Não se mostrou como mendigo pedindo centavos, quando sabia que podia obter uma fortuna.

Deus tem sempre mais para nos dar Dele mesmo. Pode não nos dar tudo, porque somos limitados para receber, assim como, por misericórdia, não mostrou toda Sua glória a Moisés. Nenhum ser humano sobreviveria a ela. Entretanto, colocando-se ao abrigo da rocha, Moisés teve um vislumbre daquela glória que, depois, foi completamente revelada a ele, ao ser ressuscitado e levado para o Céu.

A rocha em Horebe era símbolo de Cristo, nosso refúgio e salvação. Pela fé Nele, podemos ter uma visão pálida, “como em espelho” (1Co 13:12), da glória divina. Receberemos Dele cada vez mais ao buscá-Lo intensamente, em comunhão. Assim, “somos transformados de glória em glória, na Sua própria imagem” (2Co 3:18), até o momento em que O veremos face a face, em toda plenitude.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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