Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo. João 5:28, 29

Muitas pessoas se perguntam: Se a alma humana é naturalmente imortal, então por que o Novo Testamento ensina a ressurreição final dos mortos? Uma das respostas mais substanciosas para essa pergunta foi dada pelo preeminente teólogo protestante europeu e especialista em Novo Testamento Oscar Cullmann (1902-1999) em uma conferência sobre a imortalidade da alma, na Universidade Harvard, no dia 26 de abril de 1955. A palestra, com o título “Imortalidade da alma e a Ressurreição dos Mortos: O testemunho do Novo Testamento”, foi publicada pela primeira vez no Harvard Divinity School Bulletin (Boletim da Faculdade de Divindade da Harvard), vol. 21 (1955-1956), e posteriormente em forma de livreto.

Cullmann identificou uma tensão irreconciliável entre a ideia grega de imortalidade da alma e a crença cristã na ressurreição. Para ele, é impossível encontrar harmonia entre a noção filosófica grega da imortalidade natural da alma e a doutrina neotestamentária da ressurreição final dos mortos. É interessante que, por volta de 150 d.C., Justino de Roma (100-165) já advertira a igreja a esse respeito: aqueles que “dizem que não há ressurreição dos mortos, mas que no momento de morrer suas almas são recebidas no Céu, não os considereis como cristãos” (Diálogo com Trifon, cap. 80).

Em 1 Coríntios 15:16 a 18, o apóstolo Paulo argumenta: “Se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou” e, consequentemente, “os que dormiram em Cristo pereceram”. Se, por ocasião da morte, a alma dos justos é levada para o Céu (conforme muitos creem), então não existe nenhuma razão convincente nem mesmo para a ressurreição do próprio Cristo. Nesse caso, Paulo não poderia falar que aqueles que morreram em Cristo pereceram, pois eles já estariam no Céu com Jesus.

A boa notícia do Novo Testamento é que a morte, por mais cruel e triste que seja, foi totalmente vencida por Cristo por meio de Sua ressurreição. “Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em Sua companhia, os que dormem” (1Ts 4:14).

Um dos maiores consolos neste mundo é saber que todos os nossos amados que morreram em Cristo um dia ressuscitarão dos mortos para receber a vida eterna!                        Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB

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