Então Pedro caiu em si e disse: Agora sei, verdadeiramente, que o Senhor enviou o Seu anjo e me livrou da mão de Herodes. Atos 12:11

Em 1994, certo missionário, aproveitando um período de férias em seu país, lançou uma campanha de oração em favor de quatro colegas que haviam sido sequestrados na África. Eles trabalhavam numa região conflituosa e acabaram sendo vítimas das guerras tribais. O apelo foi aceito, e as igrejas oraram em favor da libertação daqueles missionários. Passados 810 dias, um deles foi liberto, mas os outros três estavam mortos. Na vida, muitas vezes somos confrontados com situações para cujo desfecho, contrário ao que esperávamos, não encontramos explicação. A Bíblia traz vários exemplos disso.

O verso de hoje realça o final feliz do encarceramento de Pedro. Preso sob as ordens de Herodes (At 12:3), o apóstolo aguardava o julgamento a ser realizado depois da Páscoa, quando receberia a sentença fatal. No entanto, foi milagrosamente liberto (v. 6-11). Ao lermos essa história, geralmente saímos do sofrimento da prisão para a alegria da manifestação do poder divino; mas, na trajetória, há uma intrigante questão, às vezes passada por alto. Antes de Pedro, o rei prendeu e “mandou matar à espada Tiago” (v. 2, NVI).

Por que Pedro e Tiago tiveram destinos diferentes? Ambos estavam a serviço de Deus. A igreja que orou em favor do primeiro também intercedeu pelo segundo. É nesse ponto de perguntas sem respostas que o inimigo aproveita para semear dúvidas quanto à validade da oração, e céticos identificam suposta falta de lógica na providência divina. Contudo, na história bíblica e em nossa vida, temos incontáveis demonstrações da sabedoria e do amor do Pai. Não é porque algumas orações não são respondidas como imaginávamos que devemos deixar de orar. Afinal, o mais importante da oração é a comunhão com Deus. Nessa comunhão, aprendemos a confiar e esperar Nele, aceitando Seus desígnios. Não podemos avaliar a lógica divina tendo como base a lógica humana. Os pensamentos de Deus são infinitamente mais elevados que os nossos (Is 55:9) e têm em vista o nosso bem (Jr 29:11).

Por isso, não devemos permitir que nossa fé desfaleça. Além do mais, a verdadeira fé não é cega para o fato de que estamos sujeitos aos ataques de Satanás. Haverá um dia, porém, no qual entenderemos plenamente todas as coisas e teremos razões suficientes não apenas para agradecer, mas também para louvar a Deus pela maneira como conduziu nossa vida.

Zinaldo A. Santos, MM 2020, CPB

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