Disse Natã a Davi: Também o Senhor te perdoou o teu pecado; não morrerás. 2 Samuel 12:13

Cristãos de todas as épocas têm aprendido muito com a experiência de Davi. Cansados de se arrastarem sob o peso da culpa, encontram forças para erguer o olhar e se deixar iluminar pelo brilho da esperança que brota da graça divina derramada sobre o famoso rei, após ele ter cometido um grave pecado, arrepender-se e ser perdoado.

Entretanto, se tivesse tido a humilde prontidão de tomar a iniciativa para reconhecer e confessar seu erro, não teria experimentado sofrimento emocional profundo (Sl 32:3). Os atalhos pelos quais perambulou tentando driblar a própria culpa foram inúteis, e ele acabou sendo confrontado pelo profeta Natã. O veredito não poderia ter sido mais contundente: “Tu és o homem”, adúltero, assassino e dissimulado (2Sm 12:7). Não menos contundente foi a admissão da culpa: “Pequei contra o Senhor” (v. 13). E o mensageiro divino trouxe esperança para o culpado: “Também o Senhor te perdoou o teu pecado. Não morrerás.”

Contudo, a implacável lei da semeadura e colheita não dispensa as consequências do mal. O prazer sentido no lançamento das sementes do pecado não é perdurável (Hb 11:25). Cedo ou tarde será substituído pelo sabor amargo dos frutos (Gl 6:7). O cônjuge infiel conviverá com as consequências de sua infidelidade. É provável que o viciado não venha a ter restaurados os órgãos lesados. O perdão concedido ao assassino não trará a vítima de volta à família enlutada.

Assim, Davi foi advertido dos males que teria na própria família, além da morte do filho nascido do adultério (2Sm 12:10, 11, 14). Amnon, Tamar e Absalão, seus filhos, são icônicos na história. Amnon estuprou a meia-irmã Tamar, sendo por isso assassinado por Absalão. Com o nome significando “pai da paz”, Absalão foi tudo, menos pacificador. Possuiu algumas das concubinas do rei, rebelou-se, conspirou contra o trono real e acabou morto.

As consequências do pecado são dolorosas, mas não significam limitação da graça. Em vez disso, elas parecem exercer um papel em nossa experiência, uma vez que nos mantêm despertos contra a vil natureza da transgressão. Desse modo, nós nos tornamos cada vez mais conscientes de nossa dependência de Deus e do refúgio que achamos Nele contra as artimanhas do inimigo. É pela mesma graça que o Senhor nos concede força para suportar as consequências dos erros com os quais O ofendemos. Assim, devemos louvar e agradecer a Deus por Sua misericórdia.

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