Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem. 1 Timóteo 4:12

Anselmo da Cantuária (1033-1109), conhecido como o “pai do escolasticismo”, nasceu em Aosta, Itália. Filho de um nobre lombardo, aos 15 anos, ele sentiu o cha­mado para se unir a um monastério. Porém, após o exame inicial, foi rejeitado pelo abade, talvez a pedido do próprio pai. Anselmo então deu asas a seus instintos e começou a viver a vida frívola de um jovem nobre.

Pouco mais de dez anos depois, sentiu novamente o chamado e, dessa vez, foi aceito no monastério. A “vingança” começou quando, três anos depois, seus colegas monges o elegeram para a posição de prior e se consolidou quando ele se tornou o abade. Sob sua jurisdição, o mosteiro virou um grande centro de conhecimento.

Mais tarde, o monge beneditino se tornou arcebispo da Cantuária. No entanto, devido a seu estilo independente e às controvérsias relacionadas com as investiduras dos religiosos, um dos mais importantes conflitos entre igreja e estado na Europa medieval, ele acabou sendo exilado duas vezes. Para Anselmo, a igreja devia ser universal e ter sua própria autoridade interna.

Anselmo é lembrado por encorajar o questionamento honesto e respeitoso dos monges sob sua responsabilidade em vez da obediência cega. Contrário à escravidão, amante da liberdade, corrigiu outro abade por sua atitude para com as crianças, usando esta comparação: “Se você planta uma árvore e a cerca por todos os lados para que os galhos não se espalhem, que tipo de árvore ela será quando, anos mais tarde, você lhe der espaço para crescer? Contudo, é assim que as crianças são frequentemente tratadas em seu aprendizado, sendo impedidas de desfrutar o prazer da liberdade.”

Nesse mesmo espírito, há uma história de que, certa vez, ele encontrou um menino que tinha amarrado um barbante na perna de um pássaro, impedindo-o de voar. Anselmo cortou o barbante e disse: “O pássaro voa, o menino chora; Deus está alegre.”

A história de Anselmo é um lembrete de que não devemos matar os sonhos dos meninos ou cortar as asas dos pássaros. Em casa, na igreja, na escola ou na empresa, às vezes, não vemos o potencial dos jovens e impedimos seu progresso. Precisamos incentivar vocações, possibilitar carreiras, viabilizar sonhos. Quantos rapazes e moças gostariam de entrar num colégio ou em uma universidade, quem sabe para fazer um mestrado ou doutorado, mas não recebem o apoio necessário! É hora de mudar a mentalidade de abade impedidor. Caso você seja o Anselmo de hoje, não abandone seu ideal. Volte ao “mosteiro”. A chance de ser aceito e se tor­nar o próximo abade é do tamanho do seu sonho.

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