Lázaro, vem para fora! João 11:43

Jesus sentiu toda a forte dor da agonia quando disse aos discípulos: “Nosso amigo Lázaro adormeceu” (Jo 11:11). Mas Cristo não tinha somente os ama­dos de Betânia em quem pensar; o preparo de Seus discípulos exigia-Lhe a con­sideração. Deviam ser Seus representantes perante o mundo, para que a bênção do Pai a todos pudesse abranger. Por amor a eles permitiu que Lázaro morresse. Se Jesus tivesse restabelecido a saúde de Lázaro, não se teria realizado o milagre que é a mais positiva prova de seu caráter divino. […]

Retardando sua ida para junto de Lázaro, Cristo tinha um desígnio de mise­ricórdia para com os que O não receberam. Demorou-Se para que, erguendo Lázaro dos mortos, pudesse dar a Seu incrédulo e obstinado povo, outra prova de que era na verdade “a ressurreição e a vida”. Custava-Lhe renunciar a toda esperança quanto ao povo, as pobres e extraviadas ovelhas da casa de Israel. Seu coração doía por causa da impenitência deles. Em Sua misericórdia, determinou dar mais uma prova de que era o Restaurador, aquele que, unicamente, poderia trazer à luz a vida e a imortalidade. Seria um testemunho que os sacerdotes não poderiam distorcer. Foi essa a causa de Sua demora em ir a Betânia. Esse mila­gre, a coroa dos milagres do Salvador – a ressurreição de Lázaro – deveria pôr o selo de Deus em Sua obra e em Sua reivindicação à divindade. […]

Lázaro fora depositado em uma cova na rocha, sendo colocado na porta um bloco de pedra. “Tirai a pedra” (v. 39), disse Cristo. Julgando que desejasse ape­nas ver o morto, Marta se opôs, dizendo que o corpo fora enterrado havia qua­tro dias, tendo já começado o processo de decomposição. Essa afirmativa, feita antes de Lázaro ressuscitar, não deixou margem a que os inimigos de Cristo dis­sessem que havia sido fraude. […]

“E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, sai para fora!” (v. 43). Sua voz, clara e penetrante, soa aos ouvidos do morto. Ao falar, a divindade irrompe atra­vés da humanidade. Em Seu rosto, iluminado pela glória de Deus, vê o povo a cer­teza de Seu poder. Todos os olhos se acham fixos na entrada do sepulcro. Todos os ouvidos, atentos ao mais leve som. Com intenso e doloroso interesse, aguar­dam todos a prova da divindade de Cristo, o testemunho que há de comprovar Sua declaração de ser o Filho de Deus, ou para sempre extinguir a esperança.

Há um ruído na silenciosa tumba, e o que estivera morto aparece à entrada da mesma (O Desejado de Todas as Nações, p. 528, 529, 534, 536).

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