Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Miqueias 7:19

Observando a mãe em seus últimos dias de vida, certa jovem disse com um suspiro e confortadora esperança: “Espero que ela finalmente tenha encontrado a paz. Afinal, ela nunca se perdoou pelos erros cometidos na juventude.” Isso, mesmo tendo aceitado Cristo como Salvador, firmado seu compromisso com Ele por meio do batismo e se dedicado com afinco à promoção do evangelho. Acredito que mais pessoas do que podemos imaginar enfrentam secretamente esse dilema. Teria ele contribuído para a grave enfermidade que acometera aquela cristã?

O fardo de não perdoar a si mesmo, que muitos se impõem, é demasiadamente pesado. De acordo com psicólogos, ele reserva em seu interior sentimentos de vergonha, humilhação, baixa autoestima e culpa, com suas consequências emocionais, espirituais e físicas. As sugestões para superar tal dilema variam entre a independência da aprovação alheia, conscientização da própria imperfeição, luta contra pensamentos de condenação e autopiedade, desenvolvimento da mentalidade de aprendizado com os erros, entre outras coisas.

À parte da psicologia, existe um atalho que leva à paz almejada pelo arrependido pecador. Aos que sofrem com a dificuldade em se perdoar, Ellen White sugeriu o seguinte caminho: “Não espere sentir que você está curado, mas diga: ‘Eu creio, e assim é, não porque eu o sinta, mas porque Deus prometeu.’ […] É nesse ponto que milhares fracassam; não creem que Jesus lhes perdoa pessoalmente e de forma individual. Não põem à prova o que Deus diz. […] Força e graça foram dadas por meio de Cristo para serem levadas por anjos ministradores a todo aquele que crê. Ninguém é tão pecador que não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus, que por todos morreu. Ele deseja livrar os pecadores de suas vestes manchadas e poluídas pelo pecado, e vestir neles as vestes brancas da justiça. Ele insiste para que vivam, e não morram” (Caminho a Cristo, p. 51-53).

Nos dias de Miqueias, consciente de suas transgressões contra Deus, o povo as confessou na confiança de que Ele o perdoaria. É claro que o Senhor cumpriria Suas promessas, caso se arrependessem dos pecados cometidos e os abandonassem. E, quando Deus perdoa nosso pecado, o Senhor espera que o  entreguemos totalmente para que Ele o lance figuradamente nas profundezas do mar, não mais o trazendo à tona e nos causando sofrimento. A graça não faz o trabalho pela metade. Fique em paz.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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