E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, af inal, toda a esperança de salvamento. Atos 27:20

Acusado de sedição e profanação, Paulo foi preso e, depois, enviado por navio para Roma, onde seria apresentado a César. Estava sob os cuidados do centurião Júlio e acompanhado de outros prisioneiros. Por causa da saúde debilitada do apóstolo, Lucas, o médico amado, também o acompanhava, assim como Aristarco, seu companheiro de prisão.

Essa não era a condição em que Paulo pretendia visitar Roma, porém Deus esteve com ele durante o trajeto, manifestando Seu poder diante de gentios e pagãos. O próprio apóstolo reconheceu isso em suas palavras de ânimo dirigi-das aos companheiros de viagem: “Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e sirvo, esteve comigo, dizendo: ‘Paulo, não temas! […] Deus, por Sua graça, te deu todos quantos navegam contigo’” (At 27:23, 24). Durante o trajeto, sobreveio uma grande tempestade narrada por Lucas com riqueza de detalhes. Tão forte, que Paulo sugeriu parar a viagem e aguardar o bom tempo, no que foi ignorado pelo comandante.

Mais tarde, esse conselho se provou sábio. Depois de algum tempo, amenizadas as condições adversas, desencadeou-se o tufão Euroaquilão, um vento oriental responsável por provocar ondas gigantescas, tão fortes que se tornou impossível manter a embarcação na rota pretendida. Sendo obrigados a cessar as manobras e deixar o barco navegar na direção sudeste, entraram no mar aberto.

Ao desespero reinante na viagem, o apóstolo contrapôs a certeza de que Deus preservaria a vida de todos, conforme prometera. Contudo, não faltaram novas dificuldades, incluindo ameaça de morte aos presos, forçando o desembarque dos 276 tripulantes e passageiros, que chegaram a salvo em terra firme. A atitude de oração geradora de paz interior dos servos de Deus contrastava com o desespero dos demais viajantes. Esse testemunho alcançou alguns deles.

Haverá tempestades em nossa vida, e a sabedoria humana é insuficiente para operar livramento. Se Deus for ignorado, o escape será, no mínimo, sofrido; isso se não acabarmos à deriva ou afundarmos. Essas tempestades mandam avisos, ventos frios sopram em nossa direção. Quando elas rugirem, precisa-mos dar ouvidos à voz do Senhor. Deus nos livrará dos perigos e nos fará instrumentos para glorificação de Seu nome. Esse é o momento de aportarmos em algum lugar para ouvir o que Ele tem a nos dizer.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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