Exercite-se na piedade. 1 Timóteo 4:7, NVI

À semelhança do que às vezes fazia em seus escritos, ao se dirigir a Timóteo, Paulo também utilizou uma metáfora do mundo esportivo a fim de se referir ao progresso da experiência cristã. Em nosso texto, o verbo “exercitar” é derivado do termo grego gymnos, “despido”, que era como os atletas treinavam nos ginásios gregos. Aqui, a expressão é usada como símbolo de exercício e disciplina intelectual e espiritual.

Depois de haver aconselhado o pastor Timóteo a não desperdiçar tempo com especulações, superstições e enganos doutrinários, o apóstolo o incentivou a investir tempo e esforço no estudo e na apresentação positiva das verdades cristãs que levam à genuína experiência espiritual. Ele deveria fazer isso não apenas tendo em vista o crescimento do rebanho, mas em favor de si mesmo. Se deveria ensinar e mostrar a seus ouvintes o caminho da santidade, quanto mais deveria ser ele mesmo exemplo disso!

O empenho pessoal em favor da santidade não contradiz a oferta da graça. É consequência dela. A vida cristã requer autovigilância, decisões a cada instante, renúncia e muito mais, o que implica esforço mental e espiritual. Esse empenho também não significa isolamento. Em meio a desafios e armadilhas, cada passo dado para mais perto de Deus é dado em meio a conflitos contra as tendências de nossa natureza humana pecaminosa. Há poder e graça à nossa disposição, mas não somos passivos no processo. Fazemos escolhas, tomamos decisões em direção a Deus, enquanto Ele trabalha em nós e por nós.

Pela fé, você passou a ser de Cristo, e pela fé, deve Nele crescer – dando e recebendo. Você tem de entregar-Lhe tudo – o coração, a vontade, a disposição de servir. Deve se entregar a Ele para então obedecer a todos os Seus mandamentos. Você receberá tudo – Cristo, a plenitude de todas as bênçãos, para habitar em seu coração, ser sua força, justiça e esperança eterna – para que tenha o poder necessário para obedecer” (Ellen White, Caminho a Cristo, p. 70).

Assim, somos dependentes da graça de Cristo que atua em nós, realizando a “boa obra” de santificação que Ele mesmo começou. Mas somos responsáveis pela decisão de nos submeter, a fim de que, “até ao dia de Cristo Jesus”, Ele a complete (Fp 1:6). Essa obra tem continuidade neste dia. Cristo deseja nos tornar, hoje, melhores do que ontem. Ele fará isso, se o permitirmos.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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