Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas; antes, Ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Hebreus 4:15

Como deveríamos entender o fato de que Cristo “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança”? Tendo vivido em outro tempo, em uma cultura diferente, Ele não enfrentou tentações semelhantes às que encontramos hoje em cada esquina, ou que nos são acessíveis ao alcance dos dedos, por exemplo. Sendo uma figura masculina, também não foi assaltado por tentações próprias das mulheres. Para entendermos essa declaração bíblica, uma reflexão sobre Mateus 4:1 a 11 pode nos ajudar.

Esse texto expõe um quadro dos ataques satânicos que Cristo sofreu no deserto, logo após Seu batismo. Com base nesse trecho, entendemos o objetivo e a estratégia que o inimigo utiliza ao tentar todo filho de Deus. Seu objetivo é nos levar a agir à parte da vontade divina, afastando-nos do plano de salvação estabelecido para nós. A estratégia consiste em satisfazer desejos e necessidades legítimos, criados por Deus para proporcionar alegria e prazer à vida humana, de modo distorcido.

Na primeira tentação (v. 3), Cristo foi desafiado a transformar pedras em pães. Depois de jejuar 40 dias e 40 noites, Ele estava “fraco e emagrecido pela fome, cansado pela angústia mental” (O Desejado de Todas as Nações, p. 118). Faminto, necessitava de alimento. Porém, não ao arbítrio de Satanás.

Nesse texto, pão representa tudo o que nutre, é prazeroso e satisfaz as necessidades físicas. Pode ser comida, bebida, vida sexual, entre outras coisas. Cedemos a Satanás quando atendemos a seus apelos para satisfazer essas necessidades fora do plano de Deus. Caso Jesus tivesse atendido à proposta do inimigo, estaria pecando. Primeiro, por utilizar Seu poder divino em benefício próprio, o que era contrário à Sua missão. Em segundo lugar, por agir independentemente do plano divino para Sua vida.

O propósito e a estratégia que Satanás empregou ao tentar Jesus continuam sendo os mesmos. É nesse sentido que o Mestre “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança”. Entretanto, em Sua vida, Deus era prioridade absoluta, assim como deve ser na nossa. Hoje, o inimigo continuará generoso em nos oferecer oportunidades de satisfação pecaminosa. A exemplo de Jesus, devemos permanecer firmes em nossa lealdade ao Pai e à Sua Palavra. Deus é nosso refúgio. Nele podemos nos abrigar contra os ataques do maligno.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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