Andou pelas ruas de Belém, batendo de porta em porta, sem encontrar abrigo. Não tinha ainda despertado para a vida terrena, mas já sabia o que era a rejeição. Ninguém Lhe abriu as portas. Ninguém Lhe disse ” bem-vindo”. Todo mundo tinha algo para fazer, e tinha pressa. Havia festa em Belém, luzes e cores. Quem podia perder tempo, dando hospedagem a dois peregrinos? O que ninguém podia prever era que estavam rejeitando o Príncipe da Paz e privando-se da oportunidade de receber o Hóspede mais ilustre que passou pelo mundo.
Se Jesus tivesse chegado vestindo Suas roupas reais e ostentando Seu título celeste, com certeza os homens teriam preparado a maior das recepções, com muita música, pompa e fogos de artifício. Teriam oferecido um banquete suntuoso e distribuído convites para as grandes personalidades do mundo social, político e religioso.
Mas as coisas com Jesus são diferentes, imprevisíveis e inesperadas. Veio no ventre de uma mulher pobre, a quem as pessoas olhavam com suspeita, porque a história de sua gravidez “estava mal contada”. Veio em forma de uma criança simples. Veio como às vezes vêm as coisas que realmente valem: sem brilho. E ninguém O recebeu! Também pudera: numa época de tanta correria, tanta coisa para fazer, tantos presentes para comprar, tantos cartões para enviar, quem podia ter tempo para dar atenção a uma simples criança?
As coisas não mudaram hoje. Por incrível que pareça, tudo continua igual. Vejo-O batendo de porta em porta, vejo-O andando pelas ruas das grandes cidade, entrando nos shoppings, vejo-O com olhos suplicantes, perguntando: “Filho, tem um lugar para Mim em sua vida? Posso fazer algo por você?” E as pessoas nem percebem que Ele existe, pois estão ocupadas demais para prestar atenção ao Seu convite.
Se Ele anunciasse Sua chegada a uma capital, num avião, voo direto do Céu para o Brasil, com certeza todo mundo deixaria as compras, os cartões e as árvores de natal para outro dia. Certamente, todos correriam ao aeroporto, com a máquina fotográfica e a filmadora na mão. Com certeza, os jornalistas brigariam por uma declaração exclusiva; sem dúvida as maiores personalidades disputariam uma foto ao Seu lado.
Mas as coisas com Jesus são diferentes, imprevisíveis e inesperadas. Ele está aí, perto de você, falando ao seu coração:”Filho, está na hora de parar um pouco e dar-Me atenção; está na hora de pensar em Mim.”
Em meio às luzes e fogos de artifício e grinaldas, você já parou para pensar nEle, para conversar com Ele, para abrir seu coração e deixar que Ele entre e revolucione tudo? Será você capaz de enxergá-Lo?
Pr.Alexandre Bullon, MM 1994, 25/12
