A sentença sobre Nabucodonosor cumpriu-se naquele instante. Ele foi expulso do meio dos homens e passou a comer capim como os bois. Daniel 4:33

Em Daniel 4, Nabucodonosor reconhece o domínio de Deus e revela seus sonhos os quais os magos não podem interpretar, mas Daniel o interpreta. O rei exalta a Deus.

O sonho do rei (v.1-18):
O rei Nabucodonosor, aos homens de todas nações, povos e línguas, que vivem no mundo: Paz e prosperidade! Quero que todos saibam dos sinais e maravilhas que o Deus Altíssimo realizou em meu favor. Como são grandes os seus sinais, e poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino eterno; o seu domínio dura de geração em geração.
Estava satisfeito e próspero em casa, no meu palácio. Tive um sonho que me deixou alarmado. Deitado em minha cama, os pensamentos e visões que passaram pela minha mente deixaram-me aterrorizado. Por isso decretei que todos os sábios da Babilônia fossem trazidos à minha presença para interpretarem o sonho. Quando os magos, encantadores, astrólogos e os adivinhos vieram, contei-lhes o sonho, mas não puderam interpretá-lo. Por fim veio Daniel à minha presença e eu lhe contei o sonho. Ele é chamado Beltessazar, em home­nagem ao nome do meu deus; e o espírito dos santos deuses está nele.
Disse-lhe: “Beltessazar, chefe dos magos, sei que o espírito dos santos deuses está em você, e que nenhum mistério lhe é difícil demais. Vou contar-lhe o meu sonho; interprete-o para mim. Estas são as visões que tive quando estava deitado em minha cama: vi diante de mim uma árvore muito alta no meio da terra. Ela cresceu tanto que a sua copa encostou no céu; era visível até os confins da terra. Tinha belas folhas, muitos frutos, e alimento para todos. Debaixo dela os animais do campo acha­vam abrigo, e as aves do céu viviam em seus galhos; todas as criaturas se alimentavam daquela árvore”.
“Nessa visão, vi diante de mim um anjo que descia do céu; ele gritou em alta voz: ‘Derrubem a árvore e cortem os seus galhos; arranquem as suas folhas e espalhem os seus frutos. Fujam os animais de debaixo dela e as aves dos seus galhos. Mas deixem o toco e as suas raízes, presos com ferro e bronze; fique ele no chão, em meio à relva do campo. Ele será molhado com o orvalho do céu e com os animais comerá a grama da terra. Durante 7 tempos, terá a mente de um animal selvagem em vez de mente humana'”.
“A decisão é anunciada por mensageiros, os anjos declaram o veredicto, para que todos saibam que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer, e põe no poder o mais simples dos ho­mens”. Esse é o sonho que tive. Agora  diga-me o significado do sonho, pois nenhum dos sábios do meu reino consegue interpretá-lo para mim, exceto você, pois o espírito dos santos deuses está em você.
Daniel interpreta o sonho (v.19-27):
Então Daniel ficou estarrecido por algum tempo, e seus pensamentos o deixaram aterrorizado. Então o rei disse: “Beltessazar, não deixe que o sonho ou a sua interpretação o assuste”. Beltessazar respondeu: “Meu senhor, quem dera o sonho só se aplicasse aos teus inimigos e o seu significado somente aos teus adversários!
A árvore que viste, que cresceu e ficou enor­me, essa árvore, ó rei, és tu! Tu te tornaste grande e poderoso, pois a tua gran­deza cresceu até alcançar o céu, e o teu domínio se estende até os confins da terra.
Então o rei viu um mensageiro, o anjo que descia do céu e dizia: “Derrubem a árvore e destruam-na, mas deixem o toco e as suas raízes…” esta é a interpretação, ó rei, e este é o decreto que o Altíssimo emitiu contra o rei, meu senhor: Tu serás expulso do meio dos homens e viverás com os animais selvagens; comerás capim como os bois e te molharás com o orva­lho do céu. Passarão sete tempos (anos) até que admi­tas que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer.
A ordem para deixar o toco da árvore com as raízes significa que o teu reino te será devolvido quando reco­nheceres que os Céus dominam. Portanto, ó rei, aceita o meu conselho: Renuncia a teus pecados e à tua maldade, pratica a justiça e tem compaixão dos necessitados. Talvez, então, continues a viver em paz.
O sonho se cumpre (v.31-33):
Tudo isso aconteceu com o rei Nabucodonosor. Doze meses depois, quando o rei estava andando no terraço de seu palácio real, disse: “Acaso não é esta a grande Babilônia que construí como capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha majestade?”
As palavras ainda estavam nos seus lábios quando veio do céu uma voz que disse: É isto que está decretado quanto a você, rei Nabucodonosor: Sua autoridade real lhe foi tirada.  Você será expulso do meio dos homens, viverá com os animais selvagens e comerá capim como os bois. Passarão sete tempos até que admita que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer.
A sentença sobre Nabucodonosor cumpriu-se naquele instante. Ele foi expulso do meio dos homens e passou a comer capim como os bois. Seu corpo molhou-se com o orvalho do céu, até que os seus cabelos e pelos cresceram como as penas da águia, e as suas unhas como as garras das aves.
Nabucodonosor louva a Deus (v.34-37):
Ao fim dos 7 anos, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, e percebi que o meu entendimento tinha voltado. Então louvei o Altíssimo; honrei e glorifiquei aquele que vive para sempre. O seu domínio é um domínio eterno; o seu reino dura de geração em geração. Todos os povos da terra são como nada diante dele. Ele age como lhe agrada com os exércitos dos céus e com os habitantes da terra. Ninguém é capaz de resistir à sua mão ou dizer-lhe: “O que fizeste?”
Naquele momento voltou-me o entendimento, e eu recuperei a honra, a majestade do meu reino. Meus conselheiros e os nobres me procuraram, meu trono me foi restaurado, e minha grandeza veio a ser ainda maior. Agora eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico o Rei dos céus, porque tudo o que ele faz é certo, e todos os seus caminhos são justos. E ele tem poder para humilhar aqueles que vivem com arrogância.

Um princípio divino é comunicado ao monarca arrogante. Os juízos de Deus podem ser evitados mediante arrependimento e confissão. Por essa razão, Deus anunciou o juízo iminente sobre Nabucodonosor, mas lhe deu um ano inteiro para se arrepender, e assim evitar a calamidade. Porém, o rei não mudou seu modo de vida e, como resultado, atraiu sobre si a execução do juízo. O primeiro desejo do outrora altivo rei, após sua terrível experiência, foi agradecer a Deus, louvá-lo como o Eterno e reconhecer a perpetuidade de Seu reino (Ele já tinha expressado o seu reconhecimento a Deus em Daniel 2:46-47 e em Daniel 3:26-29). As tribulações e dificuldades podem nos ajudar a edificar o caráter.

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