O que você faz quando a palavra de Satanás parece mais lógica, atualizada e relevante do que a Palavra de Deus? Esse foi o dilema de Eva no jardim do Éden (Gn 2:15-17; 3:1-6) e continua a ser o problema de muitos atualmente que dão à razão humana o veredito final.
Moses Hull (1836-1907) aceitou a mensagem adventista em julho de 1857 e foi ordenado ao ministério no ano seguinte. Tornou-se um pregador eloquente, bom escritor e defensor habilidoso da fé em debates públicos, sobretudo com os espíritas. Entretanto, Tiago e Ellen White o advertiram quanto a essa disposição apologética e em relação ao perigo de se expor à influência de Satanás. Ao que parecia, tudo estava sob controle, pois na Review and Herald de 25 de março de 1862, ele chegou a acusar o espiritismo como “a pior forma de infidelidade”. Contudo, em outubro de 1862, Hull debateu em Paw Paw, Michigan, com o espírita W. F. Jamieson e, a partir de então, sua vida nunca mais foi a mesma.
Em 5 de novembro de 1862, Ellen White recebeu uma visão revelando a condição perigosa de Moses Hull. Ela advertiu: “Você parlamentou e arrazoou com Satanás, demorando-se em terreno proibido.” Mas o jovem pregador ainda estava completamente adormecido para seu perigo. Ela acrescentou: “[Moses Hull] me foi apresentado como estando à beira de terrível precipício, pronto para saltar. Se fizer isso, será seu fim; seu destino eterno estará selado para sempre. Ele está trabalhando e tomando decisões para a eternidade” (Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 427).
Para a alegria de muitos, Hull voltou à igreja e ao ministério; mas seu segundo compromisso não durou muito. Em 20 de setembro de 1863, ele pregou em Manchester, New Hampshire, seu último sermão como pastor adventista. Depois, se transformou em um influente palestrante e autor espiritualista. Assim permaneceu até sua morte em 1907. Ele saltou, e Satanás triunfou!
O terreno encantado do inimigo é muito atraente; e seus argumentos, convincentes demais. Fique longe deles! Como disse Alejandro Bullón, “Deus nunca nos pede para defendê-Lo perto da árvore do conhecimento do bem e do mal, mas bem longe dela”. Nunca se esqueça desse conselho.
Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB