Plantou Abraão tamargueiras em Berseba e invocou ali o nome do Senhor. Gênesis 21:33

Tamargueira é uma árvore ou arbusto pertencente à família das tamarináceas. Cresce lentamente, tem a madeira macia, tronco retorcido e pequenas folhas verdes em forma de escamas, comprimidas perto dos ramos. Por essa razão, não sofrem grande perda de umidade pela transpiração, o que possibilita seu crescimento em desertos e dunas de areia. Trata-se de uma árvore resistente, provedora de sombra e frutos. Há, inclusive, uma espécie de tamargueira que, perfurada pelo inseto cochonilha, libera gotas de uma seiva semelhante ao mel. Em alguns lugares, essa substância é extraída e vendida como maná, que não é o do milagre mencionado em Êxodo 16.

A Bíblia diz que Abraão, ao fazer aliança com Abimeleque, plantou um bosque com tamargueiras em Berseba e ali invocou o nome do Senhor. Em Gibeá, Saul também se sentou à sombra de uma tamargueira (1Sm 22:6, NVI), tendo posteriormente sido sepultado com seus filhos sob uma árvore semelhante, em Jabes-Gileade (1Sm 31:13, NVI).

Versões bíblicas como, por exemplo, a Almeida Revista e Corrigida, traduzem Jeremias 48:6 da seguinte maneira: “Fugi, salvai a vossa vida; sede como a tamargueira no deserto”. Era o apelo profético que anunciava os juízos de Deus sobre várias cidades cujos habitantes haviam caído na maldade e na incredulidade. Elas seriam desoladas. A tamargueira ou arbusto, conforme versões modernas, indicava simbolicamente a resistência incomum diante de adversidades. A planta consegue sobreviver por aprofundar suas raízes ao máximo em busca de água.

Nós também devemos fixar nossas raízes em Deus, manancial de água da vida, e confiar Nele, acima de qualquer ajuda humana ou bens materiais. Ele é nosso socorro, fonte de força e certeza de vitória sobre as ameaças de inimigos, quaisquer que sejam eles. Somente em Deus superaremos a aridez que mina nossas energias espirituais.

A sequidão e a temperatura causticante do deserto não impedem que as tamargueiras floresçam, deem sombra e fruto, devido à capacidade de captar água a longas distâncias e absorver a luz do Sol. De igual modo, os cristãos não devem encontrar nas adversidades um empecilho a que produzam frutos por meio dos quais honrem a Deus e abençoem pessoas necessitadas de refrigério e nutrição espiritual.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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