NÚMEROS 35 – CIDADES PARA OS LEVITAS E DE REFÚGIO

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Não contaminem a terra onde habitam, pois eu mesmo habito ali. Eu sou o Senhor e habito entre o povo de Israel. – Números 35:34

Em Números 35 o Senhor orienta Moisés sobre a distribuição de cidades para os levitas. Eles não deveriam receber terras como herança (Deuteronômio 18:2), mas precisavam de cidades para morar (v.2). Essas cidades estariam espalhadas entre as demais tribos, para que exercessem uma influência espiritual positiva sobre o povo. Assim foram-lhes reservadas 48 cidades, seis delas de refúgio (v.1-8).

As cidades de refúgio serviam para abrigar pessoas envolvidas em mortes acidentais. Fossem israelitas ou estrangeiros, teriam direito a abrigo e a um julgamento neutro. Não deveriam sair dessas cidades até a morte do sumo sacerdote, que foi ungido com o óleo sagrado. Então estariam livres para voltar para sua terra, uma vez provada a sua inocência.

O conceito de homicídio se baseava na intenção. Sem intenção, a morte seria considerada um acidente, e o homicida culposo teria que sair às pressas para a cidade de refúgio mais próxima. Um “assassino” (rotseah) não tinha direito a fiança nem a refúgio; deveria pagar com a própria vida (v.17), para não contaminar a terra (v.30-34).

O vingador de sangue era o parente mais próximo da vítima (go’el, do verbo ga’al, “redimir”), o mesmo responsável por resgatar a liberdade de um parente (Levítico 24:48-49), sua viúva (Rute 3:13) ou seu campo (Levítico 25:26,33). Deveria também agir como go’el haddam, liberalmente, “redentor ou resgatador do sangue”, e matar o assassino de seu parente (v.21). Não podia atacar a família do assassino, para que os homicídios não se multiplicassem. A lei se devia ao fato de que o sangue profanava e contaminava a terra na qual o Senhor habitava (v.33-34).

Nesse tempo, se uma pessoa matasse deliberadamente, a outra, por vingança ou não, ela deveria ser morta. A violência atual é muito diferente do que a dos tempos bíblicos? Se essa lei tivesse em vigor hoje em dia, teríamos as prisões tão abarrotadas? Continuariam a matar como ocorre atualmente? Eram necessárias pelo menos duas testemunhas para que o acusado fosse executado. As leis de Deus podem parecer duras, mas elas tem a sua razão de ser.

5 COMENTÁRIOS

  1. Olá. Em aplicação espiritual para nossos dias, a cidade refúgio tipifica Jesus Cristo; refúgio para o que comete o pecado de homicídio. Nele, em Jesus o ”pecador” encontra salvação, proteção e perdão. No entanto a penalidade pelo pecado (que no caso é a morte), ainda que involuntário não deixa de ser aplicada, como no texto. Da mesma forma como a morte do Sumo Sacerdote da cidade origem expiava o culpa do assassino, também a morte de Jesus nosso Grande Sumo Sacerdote nos liberta de tal penalidade. Desde que permaneçamos na cidade de refúgio (Jesus) se retornarmos para a cidade de origem estaremos negligenciando tanto a morte de Jesus pela nossa culpa como nos colocando a mercê do vingador. Consideremos ainda que se trata de refúgio e não de esconderijo. A paz!

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