Portanto, meus irmãos, encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios. Filipenses 4:8, NTLH

Em pleno século 21, parece que o cérebro humano permanece como um desafio à ciência. Pesquisas revelam que ele é muito mais avançado do que o computador, apesar dos constantes, rápidos e surpreendentes avanços tecnológicos. Em 2014, pesquisadores japoneses e alemães fizeram experimentos que ajudam a ter uma noção da complexidade do cérebro. Eles utilizaram o supercomputador K para simular um segundo de atividade cerebral. O equipamento poderia acomodar um modelo de rede de 1,73 bilhões de neurônios, ao passo que o cérebro humano tem aproximadamente 100 bilhões de neurônios. Por fim, ele alcançou o objetivo; mas, para simular um segundo de atividade cerebral, demorou 40 minutos.

Imagine quanta coisa o cérebro humano pode captar e gravar em pouquíssimo tempo! Atualmente, informação para ser captada e gravada é o que não falta, mas isso sobrecarrega a mente – centro de nossos pensamentos e decisões e também nosso canal de comunicação com Deus. As informações nos chegam por meio da literatura, da música, da internet, da televisão e dos filmes e programas a que assistimos diariamente. Diante da oferta de material fútil que inunda a sociedade atual, torna-se indispensável que saibamos filtrar e selecionar o que entrará por nossos olhos e ouvidos, as chamadas “janelas da alma”.

Ellen White afirmou: “Os nervos do cérebro, que se comunicam com todo o organismo, são os únicos instrumentos pelos quais o Céu pode comunicar-se com o homem e afetar sua vida mais íntima” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 230). Por isso, esse canal precisa estar desobstruído, livre de material que prejudique o desenvolvimento do caráter que herdará a eternidade.

Essa preocupação não é nova. Por volta do ano 63 d.C., Paulo a compartilhou com os cristãos da igreja de Filipos, exortando-os a ocupar o pensamento com “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”, e com aquilo em que for encontrada “alguma virtude” ou em que houver “algum louvor” (Fp 4:8). A palavra original grega traduzida como “louvor” é épainos, que significa “aprovação”, “elogio”.

A pessoa cuja mente é alimentada com vulgaridades será sempre vulgar. Aquela que, submissa à graça de Deus, nutre a mente com as elevadas virtudes mencionadas por Paulo será cada vez mais nobre, habilitando-se para a vida que não tem fim.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, MM 2021, CPB

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