Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã. Mateus 15:28

Dificilmente o pai ou uma mãe cujos filhos estejam seriamente enfermos não terão sentimentos semelhantes aos dessa cananeia anônima. Certamente terão um intenso desejo de que Deus cure seus filhos também. Essa mulher foi elogiada como um modelo de fé porque persistiu em pedir a Jesus que curasse sua filha mesmo depois de uma aparente recusa do Senhor. Mas que mãe em um situação igual teria desistido?

Infelizmente, esse encontro entre Jesus e a mãe persistente tem sido às vezes interpretado como o meio pelo qual a fé é usada para extrair favores de Deus. Alguns concluem desse relato que Jesus estivesse talvez relutante em operar o milagre solicitado e que a fé da mulher de certa forma O persuadiu a operar o milagre. Isso confirma o mito aceito por muitos de que, se alguém pede uma bênção específica e ela não é concedida, significa que não houve fé suficiente para “forçar a Deus” a fazer o que foi pedido. Essa ideia tem resultado em pessoas aflitas a respeito das ações de Deus.

Realmente, o que Jesus fez nesse relato revela algumas qualidades preciosas de nosso Deus. Em vez de ser surpreendido pela mulher cananeia, Ele viajou uma distância grande, fora de Seu caminho, somente para estar disponível para satisfazer aquela necessidade específica. Sua aparente indiferença ao que a mulher precisava levou Seus discípulos à compreensão da dor que atitudes assim podem produzir nas pessoas. Curando a filha da cananeia, Jesus reprovou a mesquinhez dos judeus.

O amor de Jesus pela filha dessa mulher sem nome era acompanhado por Seu desejo de permitir que ela revelasse uma qualidade de fé inestimável. Ela tinha ouvido acerca do ministério e ensinos de Jesus e correspondeu, depositando inteira confiança Nele. Foi essa confiança que fundamentou seu pedido. Porém, sua confiança não se baseava em Sua resposta àquela solicitação. Adorou a Jesus pelo que Ele é, não pelo que Ele faria ou deixaria de fazer por ela. Como aconteceu com Jó, sua confiança em Deus se fundamentava em algo mais amplo do que as circunstâncias pessoais. A fé não é um meio de o cristão obter vantagens e favores especiais de Deus. É a confiança em Deus somente por conta do que Ele é!

Dick Winn, 11/9/1987, MM 2021, CPB

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