Visto que dizes: Os dois povos e as duas terras serão meus, e os possuirei, ainda que o Senhor Se achava ali […] Ezequiel 35:10

Considerado genial por alguns críticos, e monótono e sem sentido para outros, o poema “No meio do caminho”, de Carlos Drummond de Andrade, repete sete vezes nos dez versos esta expressão: “No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho.” Nessa poesia, a menção às pedras remete aos obstáculos com que todos nos deparamos no caminho da existência. São desafios que devem ser superados ou podem se tornar empecilhos às conquistas.

Quantas pedras tivemos que contornar, lutando com especial esforço para concretizar sonhos e atingir metas? Ou quantos inimigos nos ameaçaram, fazendo-nos sentir à beira da destruição, mas foram impedidos de concretizar seus intentos, graças a uma “pedra” no caminho deles e que nos serviu de proteção? A experiência do povo de Deus em sua trajetória relatada no Antigo Testamento esteve bem relacionada com esses pensamentos. Nos dias do profeta Ezequiel, ela se repetiu nos embates contra os edomitas, embora também a causa divina tenha sido reivindicada contra os amonitas, filisteus e moabitas. Isso, apesar dos deslizes cometidos pelo próprio povo de Deus. Seu amorável propósito para com Seus filhos é imutável!

Sendo os edomitas descendentes de Esaú, bem que poderiam ter tido uma relação fraterna com os israelitas. Mas ocorreu o contrário. Com a queda do reino de Judá diante de Babilônia, eles viram a chance de conquistar toda a Palestina, mas havia uma “pedra”, uma Rocha, no caminho de suas pretensões: “O Senhor Se achava ali”. O preço da ousadia seria caro para os inimigos: “Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, procederei segundo a tua ira e segundo a tua inveja, com que, no teu ódio, os trataste; […] desolado serás” (Ez 35:11, 15). Assim será com quem se levantar contra um filho de Deus. O inimigo usará agentes diferenciados para nos surpreender, mas não vencerá, pois haverá sempre uma “Pedra”, o Senhor, entre nós.

Em outra situação difícil vivida por Israel, contra Senaqueribe, o Senhor garantiu: “Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos assusteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele; porque um há conosco maior do que o que está com ele. Com ele está o braço da carne, mas conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras” (2Cr 32:7, 8). Será sempre assim. Creia!

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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