Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. Gênesis 12:1

A família deveria ser uma instituição social na qual a vida começa e o amor nunca termina. Um lugar em que pais e filhos desfrutam juntos os momentos mais preciosos. Entretanto, a presença do pecado destruiu o ideal divino, e até mesmo famílias bem consolidadas sofrem com a dor da separação. Mais cedo ou mais tarde, chega o momento em que os filhos saem de casa para estudar, trabalhar em novos empregos ou formar a própria família. Os pais ficam com a “síndrome do ninho vazio”, e os filhos enfrentam o desafio de voar por conta própria.

Na clínica onde minha esposa e eu fazíamos consultas quando ela estava grávida de nosso filho, William, havia uma pequena moldura com as palavras: “Um filho é uma flor que desabrocha em sua vida e então desaparece em forma de adulto.” É a mais pura realidade! No entanto, assim como os pais sentem saudade dos bebês fofinhos, os filhos também podem enfrentar muito estresse e tristeza quando precisam sair de casa e começar a jornada rumo ao desconhecido.

Ruth E. Van Reken nasceu em 31 de julho de 1945, nos Estados Unidos e foi criada por 13 anos na Nigéria. Seus pais eram missionários, e ela foi enviada para um internato quando tinha apenas seis anos de idade. No tocante livro de sua autoria, Letters Never Sent (Cartas Nunca Enviadas), ela publicou diversas cartas descrevendo os próprios sentimentos de pertencer, ao mesmo tempo, a toda parte e a lugar nenhum. Ela inicia a primeira carta (de setembro de 1951) dizendo:

“Queridos mamãe e papai, estou me sentindo péssima. Algo está apertando tão forte dentro de mim que mal consigo respirar. Vocês disseram que seria divertido entrar no avião e vir para o internato, mas até aqui não está sendo nada disso. Eu não conseguia parar de chorar no avião, mas não queria que as outras crianças soubessem. Fiquei com o rosto grudado na janela, para que elas achassem que eu estava olhando para as nuvens. Quando cheguei à escola esta tarde, ainda estava chorando e não conseguia parar”.

Os pássaros não podem permanecer para sempre no ninho. Chega a hora em que necessitam voar por conta própria. Mas ao fazerem isso, nunca devem se esquecer de suas origens. Da mesma maneira, se você já saiu da casa de seus pais ou o fará em breve, lembre-se de permanecer conectado àqueles que o amam e cuidam de você. Os laços familiares são sagrados e devem ser preservados de maneira saudável.                            Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB

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