Ele verá o fruto do penoso trabalho de Sua alma e ficará satisfeito. Isaías 53:11

Ao ler Isaías 53, você já sentiu ser esse capítulo um daqueles que devem ser lidos em atitude reverente, de adoração e gratidão? Esse é o sentimento que experimento ao lê-lo. Impossível não nos curvarmos emudecidos diante dessa tocante descrição do incompreensível amor do Pai. A primeira realidade que nos é apresentada é tão terrível e repugnante quanto é o pecado para a Divindade. Ambos são inconciliáveis, e o pecado requer punição. Entretanto, a partir dessa verdade, sob a inspiração do Espírito Santo, o profeta registrou a expressão de outra realidade cheia de conforto: ao punir o pecado de Seu povo, Deus o fez na pessoa de Seu Filho, Jesus, o Messias prometido. De fato, Ele mesmo Se colocou em nosso lugar e recebeu o castigo que a nós era destinado.

Apesar de grandiosa, a boa-nova referida por Isaías aparentemente não entusiasmou os ouvintes incrédulos (Is 53:1). O protagonista dela “não tinha aparência nem formosura; olhamo-Lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse” (v. 2). Não tinha consigo a ostentação da realeza humana. Assim, foi rejeitado e desprezado pelos que eram Seus (Jo 1:11). Apesar disso, jamais deixamos de figurar em Seus planos. Havia uma missão de resgate a ser levada até o fim, e a preço incalculável.

Ninguém jamais entenderá as profundezas do sofrimento enfrentado por Jesus. “Tomou sobre Si as nossas enfermidades”, “foi transpassado por nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades”, “foi cortado da terra dos viventes” (Is 53:4-10). “As gotas de sangue que corriam de Sua fronte, Suas mãos e pés, as convulsões de agonia que sacudiam Seu corpo e a indescritível angústia que enchia Sua alma quando o Pai ocultou Dele a face falam ao ser humano, dizendo: ‘Foi por amor a você que o Filho de Deus consentiu em levar sobre Si esses odiosos crimes; por você, Ele rompeu o domínio da morte, e abriu os portões do Paraíso e da vida imortal’” (Ellen White, História da Redenção, p. 225).

Somos os troféus de Seu sacrifício. Toda corte celestial irrompeu em louvor assim que Jesus apresentou ao Pai as marcas desse sacrifício. Esse louvor se prolongará pela eternidade. Então Cristo verá nos remidos de todos os tempos, “o fruto do penoso trabalho de Sua alma e ficará satisfeito” (Is 53:11). Ali, pela graça do Senhor, estaremos você e eu. Fomos feitos para Ele.

Zinaldo A. Santos, MM 2020, CPB

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