“Onde estão seus acusadores? Nenhum deles a condenou?” Ela respondeu: “Não, Senhor.” E Jesus disse: “Eu também não a condeno. Vá e não peques mais”. Joã0 8:10-11

Em João 8, Jesus perdoa uma mulher pega em adultério, afirma ser a Luz do Mundo, adverte ao povo incrédulo, fala sobre Abraão, é acusado de ser endemoninhado, e acusa os líderes religiosos de serem filhos do diabo.

A mulher adúltera (v.1-11):

Jesus voltou ao monte das Oliveiras, mas na manhã seguinte, bem cedo, estava outra vez no templo. Logo se reuniu uma multidão, e ele se sentou e a ensinou. Então os mestres da lei e os fariseus lhe trouxeram uma mulher pega em adultério e a colocaram diante da multidão. “Mestre, esta mulher foi pega no ato de adultério (Êxodo 20:14)”, disseram eles a Jesus. “A lei de Moisés ordena que ela seja apedrejada (Levítico 20:10). O que o senhor diz?” Procuravam apanhá-lo numa armadilha, ao fazê-lo dizer algo que pudessem usar contra ele. Jesus, porém, apenas se inclinou e começou a escrever com o dedo na terra (provavelmente os pecados desse líderes judeus).

Eles continuaram a exigir uma resposta, de modo que ele se levantou e disse: “Aquele de vocês que nunca pecou atire a primeira pedra (Deuteronômio 17:7)”. Então inclinou-se novamente e voltou a escrever na terra. Quando ouviram isso, foram saindo, um de cada vez, começando pelos mais velhos, até que só restaram Jesus e a mulher no meio da multidão. Então Jesus se levantou de novo e disse à mulher: “Onde estão seus acusadores? Nenhum deles a condenou?”. “Não, Senhor”, respondeu ela. E Jesus disse: “Eu também não a condeno. Vá e não peque mais (Jesus mostrou a importância da compaixão e do perdão)”.

Jesus, a luz do mundo (v.12-20):

Jesus voltou a falar ao povo e disse: “Eu sou a luz do mundo. Se vocês me seguirem, não andarão no escuro, pois terão a luz da vida”. Os fariseus disseram: “Você faz essas declarações a respeito de si mesmo! Seu testemunho não é válido”. Jesus respondeu: “Meu testemunho é válido, embora eu mesmo o dê, pois eu sei de onde vim e para onde vou, mas vocês não sabem de onde vim nem para onde vou. Vocês julgam por padrões humanos, mas eu não julgo ninguém. E, mesmo que o fizesse, meu julgamento seria correto, pois não estou sozinho. O Pai, que me enviou, está comigo.

A lei de vocês diz que, se duas pessoas concordarem sobre alguma coisa, seu testemunho é aceito como fato (Deuteronômio 17:6; 19:15). Eu sou uma testemunha, e meu Pai, que me enviou, é a outra”. “Onde está seu Pai?”, perguntaram eles. Jesus respondeu: “Uma vez que vocês não sabem quem sou eu, não sabem quem é meu Pai. Se vocês me conhecessem, também conheceriam meu Pai”. Jesus fez essas declarações enquanto ensinava na parte do templo onde eram colocadas as ofertas. No entanto, não foi preso, pois ainda não havia chegado sua hora.

Jesus defende sua missão e autoridade (v.21-59):

Mais tarde, Jesus lhes disse outra vez: “Eu vou embora. Vocês procurarão por mim, mas morrerão em seus pecados. Não podem ir para onde eu vou”. Os judeus perguntaram: “Será que ele está planejando cometer suicídio? A que ele se refere quando diz: ‘Não podem ir para onde eu vou’?”. Jesus prosseguiu: “Vocês são daqui de baixo; eu sou lá de cima. Vocês pertencem a este mundo; eu não. Foi por isso que eu disse que vocês morrerão em seus pecados, pois a menos que creiam que eu sou lá de cima, morrerão em seus pecados”.

“Quem é você?”, perguntaram eles. Jesus respondeu: “Sou aquele que sempre afirmei ser. Tenho muito que dizer e julgar a respeito de vocês, mas não o farei. Digo ao mundo apenas o que ouvi daquele que me enviou, e ele é inteiramente verdadeiro”. Ainda assim, não entenderam que ele lhes falava a respeito do Pai. Então Jesus disse: “Quando vocês me levantarem (crucificarem), entenderão que eu sou o Filho do Homem. Não faço coisa alguma por minha própria conta; digo apenas o que o Pai me ensinou. E aquele que me enviou está comigo; ele não me abandonou, pois sempre faço o que lhe agrada”.

Muitos que o ouviram dizer essas coisas creram nele. Jesus disse aos judeus que creram nele: “Vocês são verdadeiramente meus discípulos se permanecerem fiéis a meus ensinamentos. Então conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. “Mas somos descendentes de Abraão”, disseram eles. “Nunca fomos escravos de ninguém (já tinham sido escravos no Egito, em Babilônia e agora Roma). O que quer dizer com ‘Vocês serão libertos’?” Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: todo o que peca é escravo do pecado. O escravo não é membro permanente da família, mas o filho faz parte da família, para sempre. Portanto, se o Filho os libertar, vocês serão livres de fato (só Cristo pode nos libertar do pecado).

Sim, eu sei que vocês são descendentes de Abraão. E, no entanto, procuram me matar, pois não há lugar em seu coração para a minha mensagem. Eu lhes digo o que vi quando estava com meu Pai, mas vocês seguem o conselho do pai de vocês”. “Nosso pai é Abraão!”, declararam eles. Jesus respondeu: “Se vocês fossem, de fato, filhos de Abraão, seguiriam o exemplo dele. Em vez disso, procuram me matar porque eu lhes disse a verdade que ouvi de Deus. Abraão nunca fez isso. Vocês estão imitando seu verdadeiro pai”. “Não somos filhos ilegítimos!”, retrucaram. “O próprio Deus é nosso verdadeiro Pai (Isaías 63:16)!”

Jesus lhes disse: “Se Deus fosse seu Pai, vocês me amariam, porque eu venho até vocês da parte de Deus. Não estou aqui por minha própria conta, mas ele me enviou. Por que vocês não entendem o que eu digo? É porque nem sequer conseguem me ouvir! Pois são filhos de seu pai, o diabo, e gostam de fazer as coisas perversas que ele deseja. Ele foi assassino desde o princípio. Sempre odiou a verdade, pois não há verdade alguma nele. Quando ele mente, age de acordo com seu caráter, pois é mentiroso e pai da mentira. Portanto, quando eu digo a verdade, é natural que não creiam em mim! Qual de vocês pode me acusar de pecado? E, uma vez que lhes digo a verdade, por que não creem em mim?
Quem pertence a Deus ouve as palavras de Deus. Mas vocês não ouvem, pois não pertencem a Deus”.

“Samaritano (porque Jesus pregava aos samaritanos, os quais eram rejeitados pelos judeus) endemoninhado!”, responderam os líderes judeus. “Não temos dito desde o início que está possuído por demônio?” “Não tenho em mim demônio algum”, disse Jesus. “Pelo contrário, honro meu Pai, e vocês me desonram. Eu não procuro minha própria glória; há quem a procure para mim, e ele é o Juiz. Eu lhes digo a verdade: quem obedecer a meu ensino jamais morrerá (se referindo a segunda morte, a morte eterna)!” Os líderes judeus disseram: “Agora sabemos que você está possuído por demônio. Até Abraão e os profetas morreram Zacarias 1:5), mas você diz: ‘Quem obedecer a meu ensino jamais morrerá!’. Por acaso você é maior que nosso pai Abraão? Ele morreu, assim como os profetas. Quem você pensa que é?”.

Jesus respondeu: “Se eu quisesse glória para mim mesmo, essa glória não contaria. Mas é meu Pai quem me glorifica. Vocês dizem: ‘Ele é nosso Deus’, mas nem o conhecem. Eu o conheço. Se eu dissesse que não o conheço, seria tão mentiroso quanto vocês! Mas eu o conheço e lhe obedeço. Seu pai Abraão exultou com a expectativa da minha vinda. Ele a viu e se alegrou”. Os líderes judeus disseram: “Você não tem nem 50 anos. Como pode dizer que viu Abraão?”. Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: antes mesmo de Abraão nascer (Miqueias 5:2), Eu Sou (reivindicação direta da divindade) (Apocalipse 1:8)!”. Então apanharam pedras para atirar em Jesus, mas ele se ocultou deles e saiu do templo.

Os líderes judeus, ao trazer a mulher adultera diante de Cristo, não trouxeram a pessoa com quem ela estaria cometendo o adultério. Já estavam cometendo injustiça, pois os adúlteros deveriam ser punidos com a morte por apedrejamento. Por aí já dá para ter uma noção da real intenção deles. Jesus escreveu com o dedo, na terra, os pecados desse homens, e ao descobrir que Jesus os conhecia muito bem, foram largando as pedras e saindo de cena. Temos que ser fiel a Palavra de Deus em todos os sentidos, e não somente naquilo que é de nosso interesse.

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