Pode algum mortal ser inocente perante Deus? Pode o homem ser puro diante do Criador? – Jó 4:17

Em Jó 4, Elifaz é o primeiro dos amigos a responder a Jó. Suas declarações são mais profundas que as de seus companheiros. Talvez ele fosse o mais velho do grupo. Ele resume, com grande clareza, a atitude geral que prevalecia em seus dias acerca da relação entre o sofrimento e o pecado. Há certa dose de verdade no discurso de Elifaz, mas lhe falta calor humano e simpatia, e erra completamente ao avaliar a situação de Jó. Ele é um exemplo para nós de como pessoas sinceras, que deixam de compreender a Deus e Sua atitude para com o ser humano, podem lidar de maneira ineficiente com verdades profundas.

Elifaz começa o seu discurso: “Se eu falar, você vai ficar cansado, enfadado, impaciente?” Então elogia Jó, ao dizer que ele tem ensinado a muitos e fortalecido mãos fracas, suas palavras tem sustentado aos que tropeçam e aos vacilantes. Mas, agora, chegou a hora de Jó se colocar no lugar das pessoas a quem ele ajudava, será que ele se enfadaria? “Sendo tu atingido, te perturbas”. Elifaz entendia que o sofrimento era uma punição direta por um pecado específico. Para ele Deus pune ao pecador, então se Jó estava sofrendo é porque tinha algum pecado não confessado (v.1-11).

Apesar de não possuir o dom profético, Elifaz fala sobre um sonho, ou visão noturna, que o impressionou a ponto de seus ossos estremecerem, e um espírito fez com que seus cabelos ficassem arrepiados. Ele ouviu uma voz dizendo:”Seria, porventura, o mortal justo diante de Deus? Seria, acaso, o homem puro diante do seu Criador?”. Realmente, todos somos pecadores, e a nossa justiça é como “trapos de imundícia” (Isaías 64:6). Se Deus não confia nos próprios anjos (se referindo aos anjos que foram expulsos do céu), quanto mais àqueles que habitam em casas de barro, que nascem de manhã e a tarde são destruídos (v.12-21).

O que Jó precisava ouvir é como ele poderia manter sua confiança em Deus em meio ao terrível sofrimento. Precisamos atentar as nossas palavras, quando estamos com pessoas que estão passando por grandes problemas. Nem sempre isso acontece porque a pessoa está em pecado, como podemos aprender no caso de Jó.

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