“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome. Quem crê em mim nunca mais terá sede”. João 6:35

Em João 6, Jesus multiplica os pães e peixes, anda sobre o mar, apresenta-se como o Pão da Vida, ouve a murmuração dos judeus, deixa os discípulos escandalizados e muitos deles se retiram.

A multiplicação de pães e peixes (v.1-15):

Jesus atravessou o mar da Galileia (ou Tiberíades). E uma grande multidão o seguia por toda parte, pois tinham visto os sinais que ele havia realizado ao curar os enfermos. Então Jesus subiu a um monte e sentou-se com seus discípulos. Era quase tempo da festa judaica da Páscoa (Deuteronômio 16:1). Ao ver uma grande multidão que vinha a seu encontro, perguntou a Filipe, para testá-lo: “Onde podemos comprar pão para alimentar toda essa gente?”. Filipe respondeu: “Mesmo que trabalhássemos vários meses (não lhes bastaria 200 denários de pão) (Números 11:21-22), não teríamos dinheiro suficiente para dar alimento a todos!”.

Então André, irmão de Simão Pedro, falou: “Aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que adianta isso para tanta gente? (2 Reis 4:43)”. Jesus respondeu: “Digam ao povo que se sente”. Todos se sentaram na grama que cobria o monte. Só os homens eram cerca de cinco mil (pode-se estimar uma multidão superior a 15 mil pessoas). Então Jesus tomou os pães, agradeceu a Deus e os repartiu entre o povo. Em seguida, fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. Quando todos estavam satisfeitos, Jesus disse: “Juntem os pedaços que sobraram, para que nada se desperdice”. Eles juntaram e encheram doze cestos. Quando o povo viu Jesus fazer esse sinal, exclamou: “Sem dúvida ele é o profeta que haveria de vir ao mundo! (Gênesis 49:10)”. Jesus sabia que pretendiam obrigá-lo a ser rei deles, de modo que se retirou, sozinho, para o monte.

Jesus anda por sobre o mar (v.16-21):

Ao entardecer, os discípulos desceram à praia, entraram no barco e atravessaram o mar em direção a Cafarnaum. Quando escureceu, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles. Logo, um vento forte veio sobre eles, e o mar ficou muito agitado. Depois de remarem 4,5 a 5,5 km, viram Jesus caminhando sobre o mar, em direção ao barco. Ficaram aterrorizados, mas ele lhes disse: “Sou eu! Não tenham medo (Isaías 43:1-2)”. Ele entrou no barco e, logo em seguida, chegaram a seu destino.

Jesus o pão da vida (v.22-40):

No dia seguinte, a multidão que ficara do outro lado do mar viu que os discípulos haviam pegado o único barco dali mas não viram Jesus com eles. Alguns barcos de Tiberíades se aproximaram do lugar onde o povo fora alimentado por Jesus. Quando viram que Jesus e os discípulos não estavam ali, entraram nos barcos e atravessaram para Cafarnaum, a fim de procurá-lo. Quando o encontraram lhe perguntaram: “Rabi, quando o senhor chegou aqui?”.

Jesus respondeu: “Vocês querem estar comigo não porque entenderam os sinais, mas porque lhes dei alimento. Não se preocupem com coisas que se estragam, como a comida, mas busquem o alimento que permanece para a vida eterna, o qual o Filho do Homem pode lhes dar. Pois Deus, o Pai, colocou em mim seu selo de aprovação”. “Também queremos realizar as obras de Deus”, disseram eles. “O que devemos fazer?” Jesus lhes disse: “A obra que Deus quer de vocês: é que creiam naquele que ele enviou”.

Eles responderam: “Se deseja que creiamos no senhor, mostre-nos um sinal. Afinal, nossos antepassados comeram maná no deserto (Êxodo 16:15)! As Escrituras dizem: ‘Moisés lhes deu de comer pão do céu (Êxodo 16:4, 15; Neemias 9:15; Salmo 78:24)’”. Jesus disse: “Eu lhes digo a verdade: não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas é meu Pai quem dá o verdadeiro pão do céu a vocês. O verdadeiro pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. “Senhor, dê-nos desse pão todos os dias”, disseram eles. Jesus respondeu: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome. Quem crê em mim nunca mais terá sede (Isaías 55:1-2).”

Mas vocês não creram em mim, embora me tenham visto. Contudo, aqueles que o Pai me dá virão a mim, e eu jamais os rejeitarei (não significa que uma vez salvo, salvo para sempre). Pois desci do céu para fazer a vontade dEle, e não minha própria vontade. E esta é a vontade de Deus: que eu não perca um sequer de todos que ele me deu, mas que ressuscite todos no último dia. Pois é a vontade de meu Pai que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”.

A murmuração dos judeus (v. 41-59):

Então os judeus começaram a criticá-lo, pois ele havia afirmado: “Eu sou o pão que desceu do céu”. Diziam: “Este não é Jesus, filho de José? Conhecemos seu pai e sua mãe. Como ele pode dizer: ‘Desci do céu?’”. Jesus respondeu: “Parem de me criticar. Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer a mim (Cantares 1:4); e no último dia eu o ressuscitarei. Como dizem as Escrituras: ‘Todos eles serão ensinados por Deus (Isaías 54:13)’. Todo aquele que ouve o Pai e aprende dele vem a mim. Não que alguém tenha visto o Pai; somente eu, que fui enviado por Deus, o vi.

“Eu lhes digo a verdade: quem crê tem a vida eterna. Sim, eu sou o pão da vida! Seus antepassados comeram maná no deserto, mas morreram; quem comer o pão do céu, no entanto, jamais morrerá. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá para sempre; e este pão, que eu oferecerei para que o mundo viva, é a minha carne”.

Então os judeus discutiram entre si a respeito do que ele queria dizer. “Como pode esse homem nos dar sua carne para comer?”, perguntavam. Então Jesus disse novamente: “Eu lhes digo a verdade: se vocês não comerem a carne do Filho do Homem e não beberem o seu sangue, não terão a vida em si mesmos. Mas quem come minha carne e bebe meu sangue terá a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é a verdadeira comida, e meu sangue é a verdadeira bebida. Quem come minha carne e bebe meu sangue permanece em mim, e eu nele. Eu vivo por causa do Pai, que vive e me enviou; da mesma forma, quem se alimenta de mim viverá por minha causa. Eu sou o verdadeiro pão que desceu do céu. Seus antepassados comeram maná e morreram (Êxodo 16:14-35); quem comer este pão não morrerá, mas viverá para sempre”. Ele disse essas coisas quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum.

Os discípulos escandalizados (v.60-65):

Muitos de seus discípulos disseram: “Sua mensagem é dura. Quem é capaz de aceitá-la?”. Jesus, sabendo que seus discípulos reclamavam, disse: “Isso os ofende? Então o que pensarão se virem o Filho do Homem subir ao céu, onde estava antes? Somente o Espírito dá vida. A natureza humana não realiza coisa alguma. E as palavras que eu lhes disse são espírito e vida. Mas alguns de vocês não creem em mim”. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem não acreditava nele e quem iria traí-lo. E acrescentou: “Por isso eu disse que ninguém pode vir a mim a menos que o Pai o dê a mim”.

Muitos discípulos se retiram (v.66-71):

Nesse momento, muitos de seus discípulos o abandonaram. Então Jesus se voltou para os Doze e perguntou: “Vocês também vão embora?”. Simão Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos? O senhor tem as palavras da vida eterna. Nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo de Deus”. Então Jesus disse: “Eu escolhi vocês doze, mas um de vocês é um diabo”, se referindo a Judas Iscariotes (Judas seria o único discípulo da Judeia, os demais, eram da Galileia), que o trairia.

Os judeus tentavam de todas as formas a Jesus, para terem um motivo para o matar. Jesus jogou aberto com relação ao interesse daqueles que o seguiam. Todos se escandalizaram, e muitos de seus seguidores o abandonaram. Seguir a Jesus requer um despreendimento muito grande das coisas materiais, e ter os olhos fixos nas coisas espirituais. O Espírito Santo precisa trabalhar com liberdade em nossa vida.

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