Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? Ele me disse: Até 2.300 tarde e manhãs; e o santuário será purificado. Daniel 8:13-14

Deus declarou por meio do profeta Amós que não faria coisa alguma sem “primeiro revelar o Seu segredo, aos Seus servos, os profetas” (Amós3:7).

A profecia das 2.300 tarde e manhãs é a profecia mais longa da Bíblia, chegando até os nossos dias. Ela fala de dois acontecimentos chaves: 1. Na terra, surgiria a igreja remanescente restaurando a verdade de Deus pisada pelo chifre pequeno (Isaías 58:12; Daniel 8:12; Apocalipse 10:8-11) 2. No céu, se iniciaria o juízo de investigação e quando este terminasse, o chifre pequeno seria finalmente destruído e o reino dado aos santos do Altíssimo (Daniel 7:18 e 27).

O santuário a ser purificado era o celestial, e isto aconteceria apenas ao término do período profético. Daniel sabia, através da profecia de Jeremias 25:11, que o cativeiro babilônico duraria 70 anos, e que depois deste tempo Deus levantaria o libertador, Ciro, para trazer Seu povo de volta a Jerusalém (Isaías 45:1). Daniel orava por uma restauração do povo, da cidade e do templo, que estava em ruínas, pois, na 3a. vez que Nabucodonosor invadiu Jerusalém, a cidade e o templo foram destruídos (586 a.C. – 2 Reis 25:8-9).

Enquanto Daniel orava o anjo Gabriel foi enviado para lhe explicar a “visão” (Daniel 9:23), das 2.300 tarde e manhãs (Daniel 8:14), a qual ele não havia compreendido. O anjo começa falando da profecia das 70 semanas (70 x 7 dias/anos = 490 anos). “Setenta semanas estão determinadas (cortadas) sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos” (Dan.9:24). Ou seja, esse período é uma parte dos 2.300 anos. O Céu esperava arrependimento por parte do povo de Daniel, e se isso não acontecesse, o povo perderia o privilégio de nação escolhida.

Quando começaria esse período? “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, 7 semanas e 62 semanas; Jerusalém será reconstruída, mas em tempos angustiosos” (Dan.9:25). Ocorreram 3 decretos referentes à repatriação dos judeus: 1. Ciro, ao redor de 538/537 a.C. (Esdras 1:1-4) 2. Dario I, cerca de 520 a.C. (Esdras 6:1-12) 3. Artaxerxes, 457 a.C. (Esdras 7:1-26). Este último decreto marca o início do período profético das 70 semanas e dos 2.300 anos, quando Artaxerxes dá o status de autonomia governamental para Israel.

Partindo de 457 a.C. e somando 483 anos (69 semanas x 7 dias), chegaremos a 27 d.C., ano do batismo de Jesus Cristo, e inicio de seu ministério. Conforme a profecia, “Ele faria aliança com muitos, por uma semana (7 anos)”, chegando assim ao ano 34 d.C. Na metade dessa semana Jesus faria cessar “o sacrifício contínuo e a oferta de manjares”. Ele foi morto em 31 d.C., e no momento de sua morte, o véu do templo, que separava o lugar Santo do Santíssimo, se rasgou de alto a baixo, indicando assim o fim daquele sistema tipológico de salvação (Mateus 27:50-51; Hebreus 9:11-15 e 28). No ano 34 d.C. ocorreu o apedrejamento de Estevão (Atos 7:58), e assinala o fim dos 490 anos de oportunidade ao povo judeu como povo escolhido.

Ainda ficam faltando 1.810 anos para completar os 2.300. Portanto 34 + 1810 = 1844, data em que se iniciaria a purificação do santuário. Fazendo um paralelo entre o 10o dia do 7o mês do calendário judaico (10/10), dia em que acontecia a expiação em Israel (Lev.16:29), com o nosso calendário atual, o Gregoriano, chegamos ao dia 22/10/1844, data em que ocorrem 2 fatos importantes: 1. Na terra, surge a Igreja Remanescente restaurando a verdade de Deus pisada pelo chifre pequeno (Isaías 58:12; Daniel 8:12; Apoc.10:8-11); 2. No céu, tem inicio o juízo investigativo e quando terminar, o chifre pequeno será finalmente destruído e o reino dado aos santos do Altíssimo (Dan.7:18 e 27).

Um batista, chamado Guilherme Miller dedicou vários anos ao estuda da Bíblia. Usando apenas a Bíblia e uma concordância, começou por Gênesis 1 e não passava a outro texto até que todas as dúvidas fossem esclarecidas. Assim, prosseguiu por vários anos, até se deparar com Daniel 8:14″Ele me disse: até 2.300 tardes e manhãs; e o santuário será purificado”. Utilizando Ez.4:6-7 entendeu o conceito de dia/ano em profecia.

Ele cria que “a purificação do santuário consistia na purificação da terra e da igreja, que ocorreria na segunda vinda de Cristo, ao final dos 2.300 anos”. Em 1818, ele concluiu que Cristo voltaria por volta de 1843. Em 1839 Miller apresenta, pela primeira vez, seus estudos, e eles se espalharam e logo haviam milhares de pessoas esperando que Jesus voltasse em algum ponto de março/abril de 1843/1844. Como Cristo não veio nesse período. Então, Samuel Snow, após rever os cálculos, chegou a conclusão de que a volta de Cristo ocorreria no no dia da expiação, em 22/10/1844. Mas, Cristo não voltou, e houve um grande desapontamento.

Como resultado do desapontamento o movimento milerita foi dividido em 3 grupos: 1. Os que abandonaram a fé e não quiseram mais saber de religião 2. Os que continuaram a marcar datas até que desapareceram 3. Os que continuaram a pesquisar a Bíblia e deram origem à Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Hiram Edson, um dos membros do grupo, teve uma visão, quando caminhava por um milharal, em que viu Cristo, nosso Sumo Sacerdote, entrando no Lugar Santíssimo no tabernáculo no Céu, e entendeu que a data estava correta, mas o evento estava errado. Cristo não voltaria a Terra nessa data, mas atuaria como nosso Sumo Sacerdote, purificando o Templo Celeste, onde começou outro ministério de expiação no Dia da Expiação cerimonial, ao final dos 2300 dias-anos de Daniel 8:14.

Hoje a Igreja Adventista do Sétimo Dia reúne 28 crenças fundamentais, fortemente alicerçadas na Palavra de Deus. Algumas são distintivas do adventismo, outras são partilhadas pela maioria das igrejas protestantes históricas. Através do ensino dessas doutrinas, a Igreja Adventista cumpre seu papel profético, como igreja remanescente, de restaurar as verdades deitadas por terra pelo chifre pequeno.

Este material foi tirado, além da Bíblia, dos livros: Daniel – Segredos da Profecia, de Arilton Oliveira, e do livro História do Adventismo, de C.Mervyn Maxwell, ambos editados pela Casa Publicadora Brasileira.

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