Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente. Romanos 12:2
O motorista entrou no carro e sentou-se do lado direito. Girou a chave, deu partida, levou a mão esquerda para engatar a primeira e saiu dirigindo. Que estranho! Uma parte do cérebro dizia que ele devia ir para a direita, mas a outra parte gritava: “Vá para a esquerda!” Depois de alguns passeios por Dublin, capital da Irlanda, o motorista e seu filho foram para Belfast, na Irlanda do Norte. De repente, o filho grita: “Olha o ônibus, pai!” Ufa! Por pouco, o ônibus não raspa o retrovisor. Que complicado!
Esse motorista, que, por acaso, era eu, sentiu na pele a força do hábito. Dirigir um carro, assim como fazer inúmeras coisas, é um hábito que torna a vida mais fácil. Os hábitos controlam a rotina dos indivíduos, o comportamento do mercado e os padrões da sociedade. Embora não sejamos marionetes manipuladas por cordas invisíveis, calcula-se que 40% de nosso comportamento diário seja baseado em hábitos, e há autores que falam em 90%. Amamos a rotina.
Hoje, a ciência dos hábitos é estudada até mesmo pelos exércitos. Charles Duhigg, um jornalista que escreveu um best-seller intitulado O Poder do Hábito, conta que decidiu estudar o assunto quando estava no Iraque e ouviu sobre um major conduzindo um experimento em uma pequena cidade chamada Kufa. O major tinha analisado gravações de revoltas e descoberto que a violência geralmente era precedida por uma aglomeração numa praça. Com o passar das horas, os vendedores de alimentos apareciam, e o número de espectadores aumentava. Então alguém jogava uma pedra ou garrafa. Quando o major se encontrou com o prefeito de Kufa, fez um pedido esquisito: “Podem manter os vendedores de alimento fora das praças?” “Claro”, disse o prefeito. Semanas depois, uma pequena multidão se aglomerou perto da Grande Mesquita de Kufa. No crepúsculo, a multidão, faminta, começou a procurar pelos vendedores de kebab, mas eles não estavam lá. Os espectadores saíram e os agitadores ficaram desanimados. Por volta das 8 horas da noite, a praça estava vazia. Um elo do hábito havia sido quebrado.
O hábito funciona com base em três fatores: a sugestão (ou elemento desencadeador), a rotina e a recompensa. O importante é desenvolver bons hábitos, que levem à realização e ao prazer de ver o resultado. Muitos sonham, mas não agem, e isso gera frustração e depressão. Sonhar vira um hábito, e a recompensa é sonhar novamente. Assim, criam o hábito de sonhar e não fazer. No entanto, é possível desenvolver hábitos saudáveis. Nós formamos os hábitos, e os hábitos nos formam. Desenvolva bons hábitos, e sua vitória será mais fácil.