Ainda há uma coisa que você não fez. Vá, venda todos os seus bens e dê o dinheiro aos pobres. Então você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me. Marcos 10:21

Em Marcos 10, Jesus discute com os fariseus sobre divórcio e casamento, abençoa as crianças, orienta um jovem rico, fala sobre as recompensas do discipulado, prediz sua morte e ressurreição, ensina sobre servir a outros e cura o cego Bartimeu em Jericó.

A questão do divórcio (v.1-12):

Jesus deixa Cafarnaum e vai para a região da Judeia, a leste do rio Jordão. Mais uma vez, multidões se juntaram ao seu redor e ele as ensinava. Alguns fariseus vieram e tentaram apanhar Jesus numa armadilha com a seguinte pergunta: “Deve-se permitir que um homem se divorcie de sua mulher?”. Jesus respondeu: “O que Moisés disse na lei a respeito do divórcio?”. “Ele o permitiu”, responderam os fariseus. “Disse que um homem poderia dar à esposa um certificado de divórcio e mandá-la embora (Deuteronômio 24:1-4).”

Jesus, porém, disse: “Moisés escreveu esse mandamento porque vocês têm o coração duro, mas ‘Deus os fez homem e mulher’ desde o princípio da criação. ‘Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher,
e os dois se tornam um só (Gênesis 1:27; 5:2)’. Uma vez que já não são dois, mas um só, que ninguém separe o que Deus uniu (Gênesis 2:24)”.

Mais tarde, quando Jesus estava em casa com seus discípulos, eles tocaram no assunto outra vez. Jesus respondeu: “Quem se divorcia de sua esposa e se casa com outra mulher comete adultério contra ela. E, se a mulher se divorcia do marido e se casa com outro homem, comete adultério (Êxodo 20:14)”.

Jesus abençoa as crianças (v.13-16):

Certo dia, trouxeram crianças para que Jesus pusesse as mãos sobre elas, mas os discípulos repreendiam aqueles que as traziam. Ao ver isso, Jesus ficou indignado com os discípulos e disse: “Deixem que as crianças venham a mim. Não as impeçam, pois o reino de Deus pertence aos que são como elas. Eu lhes digo a verdade: quem não receber o reino de Deus como uma criança de modo algum entrará nele”. Então tomou as crianças nos braços, pôs as mãos sobre a cabeça delas e as abençoou.

O jovem rico (v. 17-22):

Quando Jesus saía para Jerusalém, um homem veio correndo em sua direção, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?”. “Por que você me chama de bom?”, perguntou Jesus. “Apenas Deus é verdadeiramente bom. Você conhece os mandamentos: ‘Não mate. Não cometa adultério. Não roube. Não dê falso testemunho. Não engane ninguém. Honre seu pai e sua mãe’ (Êxodo 20:12-16).” O homem respondeu: “Mestre, tenho obedecido a todos esses mandamentos desde a juventude”.

Com amor, Jesus olhou para o homem e disse: “Ainda há uma coisa que você não fez. Vá, venda todos os seus bens e dê o dinheiro aos pobres. Então você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me”. Ao ouvir isso, o homem ficou desapontado e foi embora triste, pois tinha muitos bens.

O perigo das riquezas (v.23-31):

Jesus olhou ao redor e disse a seus discípulos: “Como é difícil os ricos entrarem no reino de Deus!”. Os discípulos se admiraram de suas palavras. Mas Jesus disse outra vez: “Filhos, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino de Deus (Provérbio que exprime uma impossibilidade)”. Perplexos, os discípulos perguntaram: “Então quem pode ser salvo?”. Jesus olhou atentamente para eles e respondeu: “Para as pessoas isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus, tudo é possível”.

Então Pedro começou a falar: “Deixamos tudo para segui-lo”. Jesus respondeu: “Eu lhes garanto que todos que deixaram casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou propriedades por minha causa e por causa das boas-novas receberão em troca, neste mundo, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e propriedades, com perseguição, e, no mundo futuro, terão a vida eterna. Contudo, muitos primeiros serão os últimos, e muitos últimos serão os primeiros (muitos que tem tudo para serem salvos, se perderão pelo amor ao mundo, e muitos que, aos nossos olhos estão fora, serão os primeiros a herdar a vida eterna)”.

Novamente Jesus prediz sua morte e ressurreição (v.32-34):

Por esse tempo, subiam para Jerusalém, e Jesus ia à frente. Os discípulos estavam muito admirados, e o povo que os seguia tinha grande temor. Jesus chamou os Doze à parte e, mais uma vez, começou a descrever tudo que estava prestes a lhe acontecer. “Ouçam”, disse ele. “Estamos subindo para Jerusalém, onde o Filho do Homem será traído e entregue aos principais sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios. Zombarão dele, cuspirão nele, o açoitarão e o matarão, mas depois de três dias ele ressuscitará.”

O pedido de Tiago e João (v.35-45):

Então Tiago e João, filhos de Zebedeu, vieram e falaram com ele: “Mestre, queremos que nos faça um favor”. “Que favor é esse?”, perguntou ele.
Eles responderam: “Quando o senhor se sentar em seu trono glorioso, queremos nos sentar em lugares de honra ao seu lado, um à sua direita e outro à sua esquerda”. Jesus lhes disse: “Vocês não sabem o que estão pedindo! São capazes de beber do cálice que beberei? São capazes de ser batizados com o batismo com que serei batizado? (passar pelas mesmas provações)”. “Somos!”, responderam eles. Então Jesus disse: “De fato, vocês beberão do meu cálice e serão batizados com o meu batismo. Não cabe a mim, no entanto, dizer quem se sentará à minha direita ou à minha esquerda. Esses lugares serão daqueles para quem eles foram preparados”.

Quando os outros dez discípulos ouviram o que Tiago e João haviam pedido, ficaram indignados. Então Jesus os reuniu e disse: “Vocês sabem que os que são considerados líderes neste mundo têm poder sobre o povo, e que os oficiais exercem sua autoridade sobre os súditos. Entre vocês, porém, será diferente. Quem quiser ser o líder entre vocês, que seja servo, e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que se torne escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos”.

A cura do cego de Jericó (v.46-52):

Então chegaram a Jericó. Quando Jesus e seus discípulos saíam da cidade, uma grande multidão os seguiu. Um mendigo cego chamado Bartimeu, filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho. Quando Bartimeu soube que Jesus de Nazaré estava perto, começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tenha misericórdia de mim!”. Muitos lhe repreendiam dizendo: “Cale-se!”. Ele, porém, gritava ainda mais alto: “Filho de Davi, tenha misericórdia de mim!”.

Jesus parou e disse: “Chamai-o”. Então chamaram o cego. “Anime-se!”, disseram. “Venha, ele o está chamando!” Bartimeu jogou sua capa para o lado, levantou-se de um salto e foi até Jesus. “O que você quer que eu lhe faça?”, perguntou Jesus. O cego respondeu: “Rabi (Mestre), quero enxergar”. Jesus lhe disse: “Vá, pois sua fé o curou”. No mesmo instante, o homem passou a ver e seguiu Jesus pelo caminho.

Mais uma vez Jesus faz o que mais gostava, que era ensinar o povo, curar e dar novo alento para os que estavam necessitando. Mas, além da grande multidão, que sempre se juntava para aprender de Jesus, e para ser curada, os fariseus também apareciam para tentar apanha-Lo em suas armadilhas. Quanto ao jovem rico e Tiago e João, ambos tinham os olhos fixos no mundo e o que ele oferece, ao invés de olhar para a eternidade que os aguardava.

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