Pois nem mesmo os Seus irmãos criam nEle. João 7:5
Desde pequeno, Jesus começara a agir por Si na formação de Seu caráter, e nem mesmo o respeito e o amor aos pais podiam desviá-Lo de obedecer à Palavra de Deus. “Está escrito” era Sua razão para cada ato que destoasse dos costumes domésticos. A influência dos rabinos, porém, tornou Sua vida amarga. Mesmo na mocidade, Ele teve que aprender a dura lição do silêncio e da paciência no sofrimento.
Seus irmãos, como eram chamados os filhos de José, defendiam os rabinos. Insistiam em que a tradição deveria ser atendida, como se fossem ordens divinas. Consideravam até os preceitos humanos como mais altos que a Palavra de Deus e ficavam muito aborrecidos com o claro discernimento de Jesus em distinguir entre o falso e o verdadeiro. Sua estrita obediência à lei de Deus, eles condenavam como obstinação. Ficavam surpresos com o conhecimento e sabedoria que revelava em Suas respostas aos rabis. Sabiam que não havia recebido instruções dos sábios e, no entanto, não podiam deixar de perceber que era um instrutor para eles. Reconheciam que Sua educação era de mais alta ordem que a deles próprios. Não discerniam, entretanto, que Ele havia tido acesso à árvore da vida, fonte de saber para eles desconhecida. […]
Em todos os tempos e lugares demonstrava amorável interesse pelas pessoas, irradiando em torno a luz de uma corajosa piedade. Tudo isso era uma censura aos fariseus. Mostrava que a religião não consiste em egoísmo, e que sua mórbida dedicação ao interesse pessoal estava longe de ser verdadeira piedade. Isso despertara a inimizade deles para com Jesus, de modo a buscarem forçá-Lo a conformar-Se com seus regulamentos. […]
Tudo isso desgostava os irmãos. Sendo mais velhos que Jesus, achavam que Ele deveria estar sob sua direção. Acusavam Jesus de Se julgar superior a eles, e O reprovavam por Se colocar acima dos mestres, sacerdotes e príncipes do povo. Muitas vezes, O ameaçavam e procuravam intimidá-Lo; mas Ele seguia em frente, tomando por guia as Escrituras.
Jesus amava Seus irmãos e os tratava com incansável bondade, mas eles tinham ciúmes, manifestando a mais decidida incredulidade e também desprezo. Não conseguiam entender Seu comportamento (O Desejado de Todas as Nações, p. 86, 87).