Honrarei aqueles que me honram, mas aqueles que me desprezam serão tratados com desprezo. 1 Samuel 2:30
Sexta-feira à tarde. Com sua equipe, Nei Matsumoto, que trabalhava em uma multinacional, havia dedicado vários dias a um projeto na área de sistema de gestão empresarial. Agora era o momento de apresentar a proposta. Técnicos, supervisores e gerentes foram chegando. Em meio a conversas aleatórias, risos e gracejos, chegou o diretor. Silêncio total. Todos tinham pavor dele. O clima ficou tenso. Nei fez a apresentação e, aliviado, ouviu a lacônica aprovação do diretor. Porém, o chefe marcou o início do projeto para o dia seguinte.
Algumas pessoas, sabendo que Nei não abriria mão do sábado, olharam para ele. “Bem, diretor, eu não poderei estar, pois sou adventista e…” A explicação foi interrompida por um estrondo. O diretor deu um murro tão grande na mesa de cafés e biscoitos que os bules se estremeceram. Ele apontou o dedo na direção de Nei e gritou: “Quem é você para contrariar minha decisão e dizer que não vai trabalhar no sábado? Você não é nada! Todos têm a consciência de vir trabalhar porque valorizam o lugar em que se ganha o pão!” Apesar do constrangimento, Nei rebateu: “Está escrito: nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4:4). Mais furioso ainda, o diretor o demitiu na frente de todos, falando uma série de impropérios. Com o silêncio que se fez, dava para ouvir o barulho de um pernilongo batendo as asas. Nei pegou a mochila, o laptop, as pastas, guardou tudo e saiu arrasado.
Na rodovia, o sol se pondo, ele ligou o som do carro. A música falava de um grande banquete em que todos os que perseverassem estariam reunidos para nunca mais chorar. Nei encostou o veículo no acostamento, ligou o pisca-alerta e chorou. Pediu a Deus para que tirasse o ódio que estava sentindo. Imediatamente, sentiu-se em paz.
Mesmo demitido, Nei voltou à empresa após o pôr do sol do sábado, preocupado com os colegas. “Confesso que fiquei confuso”, relembra Nei, que hoje trabalha na Casa Publicadora Brasileira. “As pessoas estavam correndo de um lado para o outro, um alvoroço. Abordei um colega e indaguei o que havia acontecido.” “Você não ficou sabendo? Ocorreu um problema no nosso servidor nos Estados Unidos, e só agora eles conseguiram resolvê-lo!” Isso significava que Deus fizera o servidor “descansar” no sábado. Com lágrimas, Nei disse ao amigo: “Você está sendo testemunha ocular de alguém que é maior que o diretor desta empresa!” Conclusão: o projeto foi um sucesso, e Nei não foi demitido. “Deus é maior sempre e honra os que o honram”, comenta Nei, com o olhar sereno de um japonês que aprendeu a confiar totalmente no Todo-poderoso. Sim, Deus é maior e honra quem o honra. Sempre.
