Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem sua alma ao fiel Criador, na prática do bem. 1 Pedro 4:19

Os adeptos da ideologia chamada Confissão Positiva sugerem que nossas palavras tenham poder sobrenatural para mudar as circunstâncias e moldar destinos. Presumindo que todo pecado, enfermidade, doença, tristeza e lamento foram lançados sobre Jesus (Is 53:3-5), esses pregadores incentivam seus ouvintes a fazer uma confissão positiva: “Hoje sou perdoado, curado, saudável e abençoado.” Para eles, só a falta de fé pode impedir alguém de receber a cura física.

Em 2 de agosto de 1982, o teólogo e filósofo norte-americano Francis Schaeffer (1912-1984) escreveu uma carta de ânimo a um pastor cuja esposa, Sharon, sofria de esclerose múltipla. Schaeffer afirmou: “Creio que, às vezes, o Senhor nos dá a cura direta, e já vi isso acontecer em meu ministério ao longo dos anos. Sem dúvida, isso é para o louvor de Deus, e nós ficamos gratos. Entretanto, existe o perigo constante e pernicioso de cair na ideia de que, se alguém é um cristão verdadeiro e tem fé suficiente, tal pessoa sempre será curada. Com certeza não é isso que a Bíblia ensina. O Novo Testamento tem vários textos que mostram de maneira conclusiva que nem todos os cristãos daquela época eram curados. Essa ideia leva as pessoas a se esquecerem de que Deus não é um computador, mas um Pai celestial pessoal que deve ter permissão para responder em Sua sabedoria individual e infinita, cheia de amor. Já vi gente extremamente fiel e amorosa ficar arrasada ao ouvir outros dizerem que, se a cura não vier, é porque lhe falta espiritualidade e oração. Sem dúvida, às vezes é isso mesmo que acontece, mas dizer a alguém que tem uma doença aguda que esse sempre é o caso equivale a jogar a culpa sobre os ombros de quem realmente não necessita disso […]. Não existe nada mais cruel do que um grupo de pessoas jogando a culpa sobre alguém enfermo que não precisa de nada disso.”

A Confissão Positiva oferece egoisticamente uma coroa sem cruz (Mt 16:24). Em contraste, o apóstolo Paulo suportou com paciência seu espinho na carne. Ele se alegrava em meio a suas enfermidades (2Co 12:7-10). E o apóstolo Pedro nos incentiva a nos regozijar por sermos participantes dos sofrimentos de Cristo (1Pe 4:13). Deixemos Deus ser Deus em nossa vida e aceitemos Seus planos para nós!                                                        Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB

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