Disse Esaú: Não é com razão que se chama ele Jacó? Pois já duas vezes me enganou: tirou-me o direito de primogenitura e agora usurpa a bênção que era minha – Gênesis 27:36
Jacó rouba a bênção de Esaú:
Em Gênesis 27, Isaque estava com 137 anos e já não enxergava. Chamou Esaú e lhe disse: “Já estou velho, próximo da morte. Vá caçar alguma coisa, e faça uma comida saborosa para que eu a coma e o abençoe antes de morrer. (v.1-4) Isaque estava contrariando a orientação de Deus sobre a bênção da primogenitura (Gênesis 25:23).
Rebeca ouviu Isaque falando a Esaú, e quando ele saiu para caçar, ela disse a Jacó o que ouvira, e o orientou a escolher dois cabritos no rebanho “para que eu prepare uma comida saborosa para seu pai ele te abençoe” (v.5-10). Raquel achou que estava ajudando Deus a cumprir a promessa.
Preocupado, Jacó disse: “Meu irmão é peludo, e eu liso. Meu pai vai perceber que estou tentando enganá-lo”. Disse-lhe sua mãe: “Caia sobre mim a maldição, meu filho. Faça o que digo” (v.11-13). Rebeca estava tão segura que daria certo que não temia a possibilidade de uma maldição.
Ela preparou uma comida saborosa, pegou as roupas de Esaú, e colocou-as em Jacó. Depois cobriu-lhe as mãos e o pescoço com as peles dos cabritos, e mandou-o levar a refeição e o pão para Isaque (v.14-17).
Jacó levou a refeição e disse: “Sou Esaú. Fiz como o senhor disse. Agora, assente-se e coma e me abençoe”. Isaque perguntou: “Como encontrou a caça tão depressa?” Ele respondeu: “O Senhor, o seu Deus, a colocou no meu caminho”. Então Isaque disse a Jacó: “Chegue mais perto para que eu possa apalpá-lo”. Jacó aproximou-se e Isaque disse: “A voz é de Jacó, mas os braços são de Esaú”. Perguntou novamente: “Você é mesmo meu filho Esaú?” Jacó confirmou (v.18-24). O erro de Isaque, em não obedecer a Deus, levou a essa farsa e Deus permitiu que ele fosse enganado.
Isaque disse: “Traga-me da sua caça para que eu coma e o abençoe”. Ele trouxe, e seu pai comeu. Então Isaque lhe disse: “Dê-me um beijo”. Ele se aproximou e o beijou. Quando sentiu o cheiro de suas roupas, Isaque o abençoou: “Deus lhe conceda do céu o orvalho e da terra a riqueza, com muito cereal e muito vinho. Que os povos se curvem diante de você, assim como os filhos de sua mãe. Malditos sejam os que o amaldiçoarem e benditos os que o abençoarem” (v.25-29).
Mal Jacó tinha, Esaú chega com a caça. Preparou-a caça, trouxe-a ao pai, e disse: “Meu pai, levante-se e coma da minha caça, e me abençoe”. Isaque tremeu muito e disse: “Quem então trouxe a caça para mim? Acabei de comê-la e o abençoei; e abençoado está!” (v.30-33)
Ao ouvir essas palavras, Esaú gritou, e cheio de amargura, implorou ao pai: “Abençoe também a mim, meu pai!” Mas Isaque respondeu: “Seu irmão chegou astutamente e recebeu a tua bênção”. Esaú disse: “Por isso o seu nome é Jacó. É a segunda vez que ele me engana! Primeiro a minha primogenitura, e agora a minha bênção! O senhor não tem uma bênção para mim?” (v.34-36). Isaque se viu impotente para desviar a bênção de Deus daquele que estava destinado a recebê-la.
Isaque disse: “Eu o constituí senhor sobre você, e todos os seus parentes; a ele supri de cereal e de vinho. O que poderia fazer por você?” Esaú perguntou: “O senhor tem apenas uma bênção?” Então chorou em alta voz. Isaque disse: “Sua habitação será longe das terras férteis, e do orvalho. Viverás da espada e servirás a teu irmão. Porém te libertarás, e arrancarás do pescoço o jugo. (v.37-40) Essa não uma “bênção”, mas uma maldição modificada.
Jacó foge para Padã-Arã:
Esaú irado disse a si mesmo: “Os dias de luto pela morte de meu pai estão próximos; então matarei Jacó” (Isaque ainda viveu mais 43 anos). Rebeca ficou sabendo e disse a Jacó: “Esaú planeja te matar. Fuja imediatamente para a casa de meu irmão Labão, em Harã. Fique lá até que passe o furor de seu irmão. Quando isso ocorrer mandarei buscá-lo”. Então Rebeca disse a Isaque: “Estou desgostosa da vida, por causa destas mulheres hititas. Prefiro morrer a ver Jacó se casar com uma delas” (v.41-46).
