E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as Minhas mãos; chega também a mão e põe-na no Meu lado; não sejas incrédulo. João 20:27

Não sabemos muito a respeito das origens de Tomé. Ele foi um dos doze discípulos de Jesus, e o nome “Dídimo”, que talvez fosse seu apelido, indica que era gêmeo com outro irmão ou irmã. Embora apareça em todas as listas de discípulos nos evangelhos, o evangelho de João fala mais vezes a respeito dele.

A mais comentada característica desse discípulo é seu ceticismo, talvez resultado de uma personalidade arredia, pessimista, amuada, teimosa, tímida e melancólica. Apesar disso, como todo ser humano, tinha também suas virtudes. Embora tivesse permitido “que a desconfiança e a incredulidade tomassem posse da mente e do coração”, Tomé “amava ardentemente o Senhor” (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 807). Nas várias referências de João a esse discípulo, ele é apresentado revelando determinação, anseio de conhecimento e lealdade para com o Mestre.

Certa ocasião, Jesus e os discípulos haviam passado pela Judeia, onde Cristo foi ameaçado de apedrejamento. Já estavam longe quando receberam a informação sobre a enfermidade e morte de Lázaro. A disposição de Jesus em voltar para a Judeia foi contestada pelo grupo temeroso de mais ameaças, menos por Tomé: “Vamos também nós para morrermos com Ele” (Jo 11:16), disse. “A ideia de viver sem Jesus não era nada agradável para Tomé. Morreria com seu Mestre, porque não poderia viver sem a companhia Dele.

Entretanto, seu comportamento diante da ressurreição de Cristo o estigmatizou como descrente. Ausente do reencontro do Senhor com o restante do grupo, foi informado disso e resolveu que não creria (Jo 20:24, 25). Na semana seguinte, Jesus reapareceu, e Tomé estava lá. Conhecedor do coração de Seu discípulo, o Senhor lhe ofereceu as provas que havia pedido. A melancolia, o pessimismo, a teimosia e o ceticismo cederam à crença: “Senhor meu e Deus meu!”, exclamou o discípulo.

Tomé não foi descartado por Jesus. Foi alvo de Sua compaixão. No Pentecostes, lá estava recebendo a plenitude do Espírito Santo. Consta que ele levou o evangelho à Índia, e lá teria sido martirizado. Estou seguro de que o destaque da vida de Tomé não deve ser o ceticismo, mas a graça que o transformou.

Não duvide, essa graça também pode transformar sua vida neste dia.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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