Acaso, nas trevas se manifestam as tuas maravilhas? E a tua justiça na terra do esquecimento? Salmo 88:12
O medo e a insegurança estão presentes todos os dias, na experiência humana. Você pode negá-los ou confundi-los com timidez e fragilidade, porém, o medo e a insegurança estão escondidos em algum canto da natureza humana e se manifestam às vezes em forma de agressividade e de violência.
Quando uma criança não recebe amor e segurança, acaba fabricando fantasmas imaginários. Cresce pensando que todas as pessoas são uma ameaça e percebe o mundo da perspectiva do temor.
Adulta essa pessoa não é feliz. Grita com os outros, agride, machuca e fere, tentando ser feliz. Pode ter formação universitária em “liderança”, “qualidade total”, ou “inteligência emocional”, mas seus temores inconscientes são maiores que seus conceitos conscientes e acabam destruindo num minuto o que às vezes construiu em vários anos.
O salmista pergunta: “acaso nas trevas, se manifestam as tuas maravilhas” Não. quando a alma está cheia de trevas não é possível ser feliz. A vida é “terra de esquecimento”, terra de morte. Morrem os sonhos, a família, os planos futuros. Os matamos todos os dias com as nossas atitudes, irremediavelmente controladas pelo mundo inconsciente de feridas e chagas que alguém abriu quando éramos crianças.
Existe esperança de recuperação? Existe cura? Sim. O próprio salmista acrescenta no verso treze: “Mas eu Senhor, clamo a ti por socorro, e antemanhã já se antecipa diante de ti a minha oração.” O salmista achou remédio para seus males em Jesus.
Clame ao Senhor. Chore diante dEle se for preciso. Ninguém o verá no oculto de sua câmara ou no silêncio do seu coração. Identifique suas feridas e se não conseguir, peça ao Senhor que assim mesmo o cure delas. Mas seja livre. Para amar, para ser feliz e fazer felizes as pessoas que você ama. Livre para viver sem temor e vencer. Para ser humilde e aprender a pedir perdão. Para aceitar que nem sempre é vitorioso quem chega em o primeiro lugar.
Pergunte hoje mais uma vez a Deus: “Acaso nas trevas se manifestam as tuas maravilhas? E a tua justiça na terra do esquecimento?” Alejandro Bullón, Janelas para a vida, MM 2007, CPB