Deem a César o que pertence a César, e deem a Deus o que pertence a Deus. Lucas 20:24

Em Lucas 20, líderes da igreja questionam a autoridade de Jesus, e Jesus retruca contando a parábola dos lavradores maus, responde sobre os impostos à César, fala sobre a ressurreição com os saduceus, que não acreditavam na ressurreição, pergunta aos seus ouvintes de quem “Cristo é filho?”, e, por fim, critica os mestres da lei.

A autoridade de Jesus (v.1-8):

Certo dia, quando Jesus ensinava o povo e anunciava as boas-novas no templo, os principais sacerdotes, os mestres da lei e os líderes do povo se aproximaram dele e perguntaram: “Com que autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu esse direito?” (estavam questionando a atitude de Jesus ao expulsar os vendedores do templo). “Primeiro, deixe-me fazer uma pergunta”, respondeu ele. “A autoridade de João para batizar vinha do céu ou era apenas humana?”

Eles discutiram a questão entre si: “Se dissermos que vinha do céu, ele perguntará por que não cremos em João. Mas, se dissermos que era apenas humana, seremos apedrejados pela multidão, pois todos estão convencidos de que João era profeta”. Por fim, responderam a Jesus que não sabiam. E Jesus replicou: “Então eu também não direi com que autoridade faço essas coisas”.

A parábola dos lavradores maus (v.9-19):

Em seguida, Jesus se voltou para o povo e contou a seguinte parábola: “Um homem plantou um vinhedo e o arrendou a alguns lavradores (Salmo 80:8). Depois, partiu para um lugar distante, onde passou um longo tempo. Na época da colheita da uva, enviou um de seus servos (2 Reis 17:13-14; 2 Crônicas 36:15-16) para receber sua parte da produção. Os lavradores atacaram o servo, o espancaram e o mandaram de volta, de mãos vazias. Então o dono da propriedade enviou outro servo, mas eles também o insultaram, o espancaram e o mandaram de volta, de mãos vazias. Enviou ainda um terceiro, e eles o feriram e o expulsaram do vinhedo.

“‘Que farei?’, disse o dono do vinhedo. ‘Já sei; enviarei meu filho amado. Certamente eles o respeitarão.’ “No entanto, quando os lavradores viram o filho, disseram uns aos outros: ‘Aí vem o herdeiro da propriedade. Vamos matá-lo e tomar posse desta terra!’. Então o arrastaram para fora do vinhedo e o mataram. “O que vocês acham que o dono do vinhedo fará com eles?”, perguntou Jesus. “Ele virá, matará os lavradores, e arrendará o vinhedo a outros.” “Que isso jamais aconteça!”, disseram os que o ouviam (temiam que Deus os destruísse).

Jesus olhou para eles e perguntou: “Então o que significa esta passagem das Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram (Salmo 118:22) se tornou a pedra angular (Jesus)’? Quem tropeçar nessa pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó (Isaías 8:14-15; Daniel 2:34-35, 44-45)”. Os mestres da lei e os principais sacerdotes queriam prender Jesus ali mesmo, pois perceberam que eles eram os lavradores maus a que Jesus se referia. No entanto, tinham medo da reação do povo.

O imposto para César (v.20-26):

Esperando uma oportunidade, os líderes enviaram espiões que fingiam ser pessoas sinceras. Tentaram fazer Jesus dizer algo que pudesse ser relatado ao governador romano, de modo que ele fosse preso. Disseram: “Mestre, sabemos que o senhor fala e ensina o que é certo, não se deixa influenciar por outros e ensina o caminho de Deus de acordo com a verdade. Então, diga-nos: É certo pagar impostos a César ou não?”.

Jesus percebeu a hipocrisia deles e disse: “Mostrem-me uma moeda de prata. De quem são a imagem e o título nela gravados?”. “De César”, responderam. “Então deem a César o que pertence a César, e deem a Deus o que pertence a Deus”, disse ele. Eles não conseguiam apanhá-lo em nada que ele dizia diante do povo. Em vez disso, admiraram-se de sua resposta e se calaram.

Sobre a ressurreição dos mortos (v.27-44):

Então vieram a Jesus alguns saduceus, líderes religiosos que afirmam não haver ressurreição dos mortos (eles aceitavam apenas os 5 primeiros livros de Moisés – Pentateuco), e perguntaram: “Mestre, Moisés nos deu uma lei (Deuteronômio 25:5-6) segundo a qual se um homem morrer e deixar a esposa sem filhos, o irmão dele deve se casar com a viúva e ter um filho que dará continuidade ao nome do irmão. Numa família havia sete irmãos. O mais velho se casou e morreu sem deixar filhos.

O segundo irmão se casou com a viúva, mas também morreu. Então o terceiro irmão se casou com ela. O mesmo aconteceu aos sete irmãos, que morreram sem deixar filhos. Por fim, a mulher também morreu.
Diga-nos, de quem ela será esposa na ressurreição? Afinal, os sete se casaram com ela”. Jesus respondeu: “O casamento é para pessoas deste mundo. Mas, na era futura, aqueles que forem considerados dignos de ser ressuscitados dos mortos não se casarão nem se darão em casamento,
e nunca mais morrerão. Nesse sentido, serão como os anjos. São filhos de Deus e filhos da ressurreição.

“Agora, quanto a haver ressurreição dos mortos, o próprio Moisés provou isso quando escreveu a respeito do arbusto em chamas. Ele se referiu ao Senhor como ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’ (Êxodo 3:1-6, 15). Portanto, ele é o Deus dos vivos, e não dos mortos, pois para ele todos vivem”. “Mestre, o senhor disse bem!”, comentaram alguns mestres da lei. E ninguém mais teve coragem de lhe fazer perguntas.

De quem o Cristo é filho? (v.41-44):

Então Jesus lhes perguntou: “Por que se diz que o Cristo é filho de Davi?
Afinal, o próprio Davi escreveu no Livro de Salmos (Salmos 110:1): ‘O Senhor disse ao meu Senhor, Sente-se no lugar de honra à minha direita até que eu humilhe seus inimigos, e os ponha debaixo de seus pés’. Uma vez que Davi chamou o Cristo de ‘meu Senhor’, como ele pode ser filho de Davi?”.

Jesus critica os mestres da lei (v.45-47):

Então, enquanto as multidões o ouviam, Jesus se voltou para seus discípulos e disse: “Cuidado com os mestres da lei! Eles gostam de se exibir com vestes longas e de receber saudações respeitosas quando andam pelas praças. E como gostam de sentar-se nos lugares de honra nas sinagogas e à cabeceira da mesa nos banquetes! No entanto, tomam posse dos bens das viúvas de maneira desonesta e, depois, para dar a impressão de piedade, fazem longas orações em público. Por causa disso, serão duramente castigados”.

Jesus é questionado sobre a sua autoridade, e responde com uma pergunta inteligente, que ficou sem resposta, calando assim os seus opositores. Estes voltam a carga perguntando sobre os tributos a serem pagos a César, e novamente ficam calados diante da resposta do Mestre. Também os saduceus são repreendidos por não entenderem a Palavra, quando questionam sobre a ressurreição. E para terminar estas pressões que sofria constantemente, Jesus alerta sobre o perigo que os escribas representavam para o povo, por suas distorções da Palavra de Deus. Sem um bom conhecimento bíblico, podemos cair nas armadilhas do inimigo.

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