Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinquenta e dois dias. Sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos, […] reconheceram que por intervenção de nosso Deus é que fizemos esta obra. Neemias 6:15, 16
Escrevo esta reflexão enquanto passo por Berlim. Essa cidade me faz lembrar diversos fatos históricos. Por exemplo, em 1871, Otto von Bismarck integrou os estados germânicos, formando um poderoso Império sob a liderança prussiana, cuja capital era Berlim. Menos de um século depois, a Segunda Guerra Mundial dividiu o país em Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental, rachando Berlim em dois grandes setores. Em 1961, o Muro de Berlim começou a ser construído, a fim de impedir o êxodo da parte oriental da cidade para a ocidental. Entretanto, em 9 de novembro de 1989, o muro começou a ser demolido, como símbolo da reunificação da capital e do país e também como evidência de que a Guerra Fria estava chegando ao fim.
Ao passo que o Muro de Berlim dividia a cidade segregando seus habitantes em dois setores, o muro de Jerusalém cercava a capital dos judeus, protegendo seus habitantes de temidos invasores. Conforme foi mencionado, ao fim da Guerra Fria, o Muro de Berlim foi demolido, e a cidade voltou a se unir. Ao fim do cativeiro babilônico, o muro de Jerusalém, bem como a cidade e o templo, foi reconstruído. Enquanto a queda do Muro de Berlim teve grande significado histórico, a reconstrução de Jerusalém foi carregada de sentido profético.
O livro de Daniel identifica a “saída da ordem” do decretopara restaurar e reconstruir Jerusalém como o ponto inicial tanto das 70 semanas (Dn 9:24-27) quanto das 2.300 tardes e manhãs proféticas (Dn 8:14). Esse ponto de partida foi o outono de 457 a.C., com a promulgação do decreto de Artaxerxes, no sétimo ano de seu reinado (Ed 7). Estudos confiáveis demonstraram que esses períodos representam 490 e 2.300 anos, levando-nos respectivamente ao momento em que o Messias foi “morto” ou crucificado (Dn 9:26) e ao instante em que começaria a purificação do santuário celestial (Dn 8:14; cf. Hb 9:23).
O cumprimento dessas e de muitas outras profecias bíblicas confirma que Deus está no controle da história humana, conduzindo-a pacientemente rumo a seu momento mais glorioso: a segunda vinda de Cristo! – Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB