Milhões e milhões estavam diante dele. O tribunal iniciou o julgamento, e os livros foram abertos. Daniel 7:10

O livro, antecipado pelo público, estava pronto para ser impresso. A prova de PDF, o documento que mostra o produto no formato final, aguardava a assinatura do editor titular. Então o editor pegou o material para dar sua olhada crítica. Temido por uns, apreciado por outros, esse olhar era uma espécie de julgamento sobre a qualidade do produto. As surpresas que ele encontrou mexeram com seu humor. Logo, o jovem profissional que fizera o trabalho foi chamado. O que teria acontecido?

O conteúdo da obra parecia bom, mas tudo o que um editor exigente abo­mina estava ali. Os títulos dos capítulos tinham variados estilos de letras. Os sub­títulos eram diferentes. Um capítulo apresentava frases em destaque, enquanto outro não destacava nada. Onde estava a identidade visual do livro? Erros factuais frequentes comprometiam a confiabilidade do conteúdo. É claro que Salomão não era o filho que resultará do adultério do rei Davi com Bate-Seba, como dizia o autor, pois o menino nascido daquele envolvimento morrera logo depois de vir ao mundo. Será que o jovem editor não vira esse erro? As citações haviam sido feitas de forma inapropriada e as notas de rodapé estavam incompletas. Os parágrafos e os próprios capítulos, totalmente desestruturados, não revelavam nenhum sinal de coerência. E a noção de simetria? Num livro sobre casamento, o sexo não podia ocupar tanto espaço. Aquelas afirmações picantes, violando o bom gosto e a inti­midade do casal, não poderiam ter passado.

Desconfiado, o jovem editor entrou na sala do chefe. Olhou timidamente para a mesa. Ali estava o livro. Os riscos nas páginas iniciais logo chamaram sua atenção. Ao contrário do que se podia supor, o editor titular não soltava fogo pela boca. Seu ar era tranquilo. No entanto, percebia-se uma sutil expressão de decep­ção em seu rosto. Ele esperava poder colocar sua assinatura no PDF e liberar o livro para ser impresso. Porém, agora, não podia aprovar um produto de má qua­lidade para ser eternizado como livro. Calmamente, ele foi passando as páginas, mostrando os problemas, e então perguntou: “Você acha que este livro, do jeito que está, pode sair com o selo da nossa editora?” O editor titular sabia a resposta. O jovem editor igualmente sabia a resposta. Não era preciso dizer nada.

Ajustando o foco dessa parábola, quando o grande editor pegar o PDF da sua vida para conferir a editoração, ele vai poder sorrir satisfeito e colocar a assinatura no documento, liberando o livro para a impressão, ou terá que chamá-lo à sala dele para mostrar os erros e as incoerências do produto?

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