Como está escrito: Não há justo, nem um sequer. Ninguém é sábio, ninguém busca a Deus. Todos se desviaram, todos se tornaram inúteis. Ninguém faz o bem, nem um sequer. Romanos 3:10-12
Em Romanos 3, Paulo fala sobre a prerrogativa dos judeus que eles não perderam. A lei também os convence do pecado. Ninguém é justificado pela lei. Mas pela fé. A lei não foi abolida.
Paulo responde as objeções (v.1-8):
Então qual é a vantagem de ser judeu? A circuncisão tem algum valor? Sim, há muitos benefícios. Em primeiro lugar, aos judeus foi confiada toda a revelação de Deus (Deuteronômio 4:5-8). É verdade que alguns deles foram infiéis, mas isso significa que Deus será infiel? De maneira nenhuma (Jó 40:8)! Ainda que todos sejam mentirosos (Salmo 62:9), Deus é verdadeiro. E as Escrituras dizem a seu respeito: “Será provado (Salmo 51:4) que tens razão no que dizes, e ganharás tua causa no juízo”. Alguém poderia dizer: “Mas nosso pecado não cumpre um bom propósito, ajudando os outros a verem como Deus é justo? Não é uma injustiça, portanto, Deus nos castigar (Gênesis 18:25)?”. (Estou seguindo o ponto de vista humano.)
Claro que não! Se fosse assim, como Deus poderia julgar o mundo (Ele é justo)? Alguém poderia argumentar, ainda: “Mas por que Deus me condena como pecador se minha mentira ressalta sua verdade e lhe traz mais glória?”. E alguns até nos difamam, afirmando que dizemos: “Quanto mais pecarmos, melhor!”. Quem diz essas coisas merece condenação.
Todos somos pecadores (v.9-18):
Pois bem, devemos concluir que nós, judeus, somos melhores que os outros? Não, de maneira nenhuma, pois já mostramos que todos, judeus ou gentios, estão sob o poder do pecado. Como afirmam as Escrituras: “Ninguém é justo, nem um sequer (Salmo 14:1-3; 53:1-3; Eclesiaste 7:20). Ninguém é sábio, ninguém busca a Deus. Todos se desviaram, todos se tornaram inúteis. Ninguém faz o bem, nem um sequer.” “Sua conversa é repulsiva, como o odor de um túmulo aberto (Salmo 5:9); sua língua é cheia de mentiras.” “Veneno de serpentes goteja de seus lábios (Salmo 140:3).” “Sua boca é cheia de maldição e amargura (Salmo 10:7).” “Apressam-se em cometer homicídio (Provérbios 1:16; Isaías 59:7-8); por onde passam, deixam destruição e sofrimento. Não sabem onde encontrar paz.” “Não têm o menor temor de Deus (Salmo 36:1).”
O judeu não constitui exceção (v.19-20):
É evidente que a lei se aplica àqueles a quem ela foi entregue, pois seu propósito é evitar desculpas (Jó 5:16) e mostrar que todo o mundo é culpado diante de Deus. Pois ninguém será declarado justo diante de Deus por fazer o que a lei ordena. A lei simplesmente mostra quanto somos pecadores.
A justificação pela fé (v.21-31):
Agora, porém, conforme prometido na lei de Moisés e nos profetas, Deus nos mostrou como somos declarados justos diante dele sem as exigências da lei (não é conquistada pela observância da lei): somos declarados justos diante de Deus por meio da fé em Jesus Cristo, e isso se aplica a todos que creem, sem nenhuma distinção. Pois todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de Deus, mas ele, em sua graça, nos declara justos por meio de Cristo Jesus, que nos resgatou do castigo por nossos pecados. Deus apresentou Jesus como sacrifício pelo pecado (Levitico 16:15), com o sangue que ele derramou, mostrando assim sua justiça em favor dos que creem. No passado ele se conteve e não castigou os pecados antes cometidos, pois planejava revelar sua justiça no tempo presente. Com isso, Deus se mostrou justo, condenando o pecado, e justificador, declarando justo o pecador que crê em Jesus.
Podemos então nos vangloriar de ter feito algo para sermos aceitos por Deus? Não, pois nossa absolvição não vem pela obediência à lei, mas pela fé. Portanto, somos declarados justos por meio da fé, e não pela obediência à lei. Afinal, Deus é Deus apenas dos judeus? Não é também Deus dos gentios? Claro que sim! Existe um só Deus, e ele declara justos tanto judeus como gentios somente pela fé. Então, se enfatizamos a fé, quer dizer que podemos abolir a lei? Claro que não! Na realidade, é só quando temos fé que cumprimos verdadeiramente a lei.
Paulo apresenta, nos versículos 21-26, como a mais completa declaração do plano da Salvação. Ai podemos ver os seguintes elementos: (1) a justiça é sem lei, não é conquistada pela observância da lei; (2) ela vem mediante a fé em Jesus; (3) como todos pecaram, todos merecem a morte; (4) Deus não dá às pessoas a morte que elas merecem, mas o que não merecem: o livre dom da graça; (5) o dom oferecido pela morte de Cristo na cruz; (6) o sangue de Cristo é central para a obra divina de salvação. Como podemos rejeitar tamanho sacrifício feito por nós?