Se as obras de Abraão o tivessem tornado justo, ele teria motivo para se vangloriar, mas não perante Deus. Pois as Escrituras dizem: “Abraão creu em Deus, e assim foi considerado justo”. Romanos 4:2-3

Em Romanos 4, pela fé, Abraão alcança a justiça antes de ser circuncidado. Ele e sua descendência recebem a promessa pela fé. Abraão é o pai de todos os que creem. A justiça é imputada mediante a fé.

Abraão justificado pela fé (v.1-25):

Do ponto de vista humano, Abraão (Gênesis 11:27 – 25:9: Isaías 51:2) foi o fundador de nossa nação. O que descobriu ele? Se suas boas obras o tivessem tornado justo, ele teria motivo para se vangloriar, mas não perante Deus. Pois as Escrituras dizem: “Abraão creu em Deus, e assim foi considerado justo (Gênesis 15:6)”. O salário daquele que trabalha não é um presente, mas um direito. Contudo, ninguém é considerado justo com base em seu trabalho, mas sim por meio de sua fé em Deus, que declara justos os pecadores (Isaías 24:2).

Davi também falou a esse respeito quando descreveu a felicidade daqueles que são considerados justos sem terem trabalhado para isso (Salmo 32:1-2): “Como são felizes aqueles cuja desobediência é perdoada, cujos pecados são cobertos! Sim, como são felizes aqueles cujo pecado o Senhor não leva mais em conta!”. Por acaso essa bênção é apenas para os judeus, ou se estende também aos gentios incircuncidados? Já dissemos que Deus considerou Abraão justo por meio de sua fé. Mas como isso aconteceu? Ele foi considerado justo somente depois de ter sido circuncidado, ou antes disso? Está claro que foi antes de ele ser circuncidado (ele ainda não era circuncidado em Gênesis 15).

A circuncisão era um sinal de que Abraão (Gênesis 17:10) já possuía fé e de que Deus já o havia declarado justo, mesmo antes de ele ser circuncidado. Portanto, Abraão é o pai daqueles que têm fé mas não foram circuncidados. Eles são considerados justos por causa de sua fé. E Abraão também é o pai daqueles que foram circuncidados, mas somente se tiverem o mesmo tipo de fé que Abraão tinha antes de ser circuncidado. A promessa de que Abraão e seus descendentes herdariam toda a terra (Gênesis 17:4-6; 22:17) não se baseou em sua obediência à lei de Deus, mas sim no fato de ele ter sido considerado justo quando teve fé.

Portanto, se a herança prometida é apenas para aqueles que obedecem à lei, a fé é desnecessária, e a promessa, anulada. Pois a lei traz ira sobre aqueles que tentam obedecer a ela. A única forma de não quebrar a lei é não ter lei nenhuma para quebrar! É por isso que a promessa vem pela fé, para que ela seja segundo a graça e, assim, alcance toda a descendência de Abraão, não somente os que vivem sob a lei, mas todos que têm fé como a que teve Abraão. Pois ele é o pai de todos que creem (Isaías 51:2).

Conforme aparece nas Escrituras: “Eu o fiz pai de muitas nações (Gênesis 17:5)”. Isso aconteceu porque Abraão creu no Deus que traz os mortos de volta à vida e cria coisas novas do nada. Mesmo quando não havia motivo para ter esperança, Abraão a manteve, crendo que se tornaria o pai de muitas nações. Pois Deus lhe tinha dito: “Esse é o número de descendentes que você terá! (Gênesis 15:5)”. E sua fé não se enfraqueceu, embora ele soubesse que, aos cem anos, seu corpo, bem como o ventre de Sara, já não tinham vigor (Gênesis 17:17). Em nenhum momento a fé de Abraão na promessa de Deus vacilou. Na verdade, ela se fortaleceu e, com isso, ele deu glória a Deus. Abraão estava plenamente convicto de que Deus é poderoso para cumprir tudo que promete.

Por isso, por sua fé, ele foi considerado justo (Gênesis 15:6). E, quando Deus considerou Abraão justo, não o fez apenas para benefício dele. As Escrituras dizem que foi também para nosso benefício, pois elas garantem que também seremos considerados justos por crermos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor. Ele foi entregue à morte por causa de nossos pecados (Isaías 53:4-5) e foi ressuscitado para que fôssemos declarados justos diante de Deus.

Deus não está preocupado com nosso passado pecaminoso, mas com a restauração futura. Justificação não é só perdão, mas também reconciliação, o estabelecimento de um novo relacionamento, a experiência da reconciliação com Deus. Essa experiência só é possível pela fé no Cristo vivo, que está “vivendo para interceder” por nós. Na cruz, nosso Senhor Se entregou por nós. Pela ressurreição, Ele se dá a nós.

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