Façam aos outros o que quiserem que eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas. Mateus 7:12, NTLH
Segundo uma lenda grega, ao criar as cidades, Zeus presenteou suas criaturas com duas virtudes: o senso de justiça e o senso de vergonha. Com isso, acreditava ser possível a boa convivência entre os homens. A justiça limitaria direitos e deveres do cidadão. A vergonha serviria para equilibrar a ambição, a vaidade e a fúria desmedidas entre as pessoas. O que sabemos é que Zeus nunca existiu, e esse relato está bem distante da realidade. As manchetes dos noticiários deixam claro que as duas virtudes estão muito reduzidas em todos os tipos de relacionamento. Valores e princípios parecem ideias ultrapassadas, e os conceitos de “salve-se quem puder” e “levar vantagem em tudo” não têm limites.
“Não será assim entre vocês”, disse o Mestre (Mt 20:26, NVI). A justiça estará presente no julgamento dos semelhantes e no momento de tomar qualquer decisão em relação a eles. O senso de pudor ajudará a nortear o comportamento diante do que é errôneo e indigno. A ética terá lugar prioritário. Nessa moldura, brilha novamente o ensinamento de Cristo: “Façam aos outros o que quiserem que eles façam a vocês.” Isso resume a ética cristã. É “a regra áurea”.
Como tornar prático o princípio dessa norma? Um sábio começo é atender ao conselho de Jesus: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão” (Mt 18:15, NVI). Além disso, devemos nos lembrar de que “o Salvador nunca suprimiu a verdade, mas disse-a sempre com amor. Em Suas relações com outros, exercia o máximo tato, e era sempre bondoso e cheio de cuidado. Nunca foi rude, nunca proferiu desnecessariamente uma palavra severa, não ocasionou jamais uma dor desnecessária a uma pessoa sensível. […] Toda pessoa era preciosa a Seus olhos. Conduzia-Se com divina dignidade” (Obreiros Evangélicos, p. 117).
De Benjamin Franklin é dito que, carente de tato em sua juventude, chegou a ser tão diplomático, tão capaz no trato com as pessoas, que foi nomeado embaixador norte-americano na França. O segredo de seu êxito estava em um lema pessoal, adotado depois de muitas experiências dolorosas: “Não falarei mal de ninguém, e de todos direi tudo de bom que souber.”
Ótima ideia! Que tal colocá-la em prática hoje? Em nossa limitação humana, podemos encontrar dificuldade para fazê-lo. Mas a graça divina pode nos ajudar a abençoar as pessoas com as quais nos relacionamos.
Zilmar A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB