E fez o que era mau perante o Senhor; porque andou nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel; não se apartou deles. 2 Reis 13:2
No início de meu ministério, recebi a intrigante pergunta sobre a salvação de Guilherme Miller. Na questão, a pessoa mencionava o fato de Miller ter sido o grande pregador da segunda vinda, mas destacava a realidade de ele ter continuado a marcar datas depois do desapontamento e de nunca ter se unido ao grupo que um dia formaria à Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Respondi com a citação de Ellen White, que deixa claro: “Guilherme Miller errou […] [porém] outros levaram-no a isto; outros darão conta por isto. Mas os anjos vigiam o precioso pó deste servo de Deus, e ele ressurgirá ao som da última trombeta” (Primeiros Escritos, p. 258).
A resposta levantou outro ponto: Guilherme Miller errou porque foi induzido por outros. Ele estará salvo, mas aqueles que o influenciaram negativamente são responsáveis pelo erro. Em Seu juízo, Deus leva em consideração vários fatores e atribui culpa não só a quem erra, mas a quem induz ao erro. Em Sua misericórdia e sabedoria, Deus perdoou o equívoco de Miller, porém não deixou de perceber o pecado de quem induziu Seu servo a agir dessa forma.
Deus usa conosco os mesmos critérios. Imagine alguém estimulando outra pessoa a contar uma mentira. A pessoa aceita a ideia e inventa uma história qualquer. Quem mentiu é culpado, mas quem sugeriu também. Outra pessoa usa um estilo de roupa provocante. Alguém que tenha fraqueza nessa área pode olhar, cobiçar e pecar. A culpa é da pessoa que pecou, mas também daquela que estimulou o pecado com as roupas que usou. Você pode imaginar também uma família adventista que tem uma vida totalmente descomprometida em sua casa, com muita confusão e desrespeito, mas que, aos sábados, vai à igreja com a aparência piedosa. Os vizinhos se escandalizam com o mau testemunho e, possivelmente, nunca venham a aceitar nossa fé. Serão culpados por não aceitar a verdade, mas essa família terá parte da culpa. Você entende?
Lembre-se: “Não podemos passar pelo mundo senão uma vez; não nos é possível voltar para retificar quaisquer erros; portanto, todo passo deve ser dado em piedoso temor e cuidadosa consideração” (Nossa Alta Vocação, p. 224). Que sua vida seja sempre coerente e que influencie para o bem!
Erton Köhler, Nossa Esperança, MM 2019, CPB